Bancários de SP criam assistência para mulher vítima de violência
Assessoria jurídica inaugurada nesta segunda é destinada a todas as mulheres, bancárias ou não, que precisem denunciar para se proteger de abusos domésticos
Publicado em
O Brasil registra a cada quatro minutos, pelo menos, um caso de agressão de homem contra mulher. Para ser mais um aliado no combate a esse tipo de violência, o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região lançou nesta segunda-feira (9) serviço de atendimento às mulheres vítimas de violência.
O projeto chama-se “Basta, não irão nos calar”. Trata-se de um serviço de assessoria jurídica para as mulheres vítimas de violência doméstica. No Brasil, mais de 145 mil casos foram registrados no ano passado. É um reflexo do desmantelamento das políticas de proteção das mulheres em nível municipal, estadual e federal, como mostra reportagem do jornalista Jô Miyagui, no Seu Jornal, da TVT.
Segundo a ex-secretária municipal de Políticas para Mulheres em São Paulo (gestão Fernando Haddad) Denise Motta Dau, “após a extinção pela gestão do João Doria, como prefeito, da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres e da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, tanto os serviços que já estavam projetados para serem abertos demoraram, como a Casa da Mulher Brasileira, que demorou três anos para ser inaugurada, como programas na área da saúde, educação, não foram implantados”.
Eleonora Menicucci, ex-ministra de Políticas para as Mulheres do governo de Dilma Rousseff, comemora o lançamento do projeto e lamenta que o governo Bolsonaro até tenha uma ministra das mulheres (Damares Alves), mas que não é adequada para o cargo. “Ela acabou com todas as políticas voltadas para a garantia dos direitos das mulheres, desde a violência até a educação, as falas dela são completamente anti-mulheres com autonomia, então, é muito grave”, afirma.
O desmonte dos programas de proteção faz com que mulheres fiquem desassistidas. Para as de baixa renda, a Defensoria Pública pode assumir o caso. Mas as mulheres que ganham mais de três salários mínimos não podem ser assessoradas pelo órgão e ao mesmo tempo podem ter dificuldade para pagar um advogado.
Isso motivou o Sindicato dos Bancários de São Paulo a lançar o serviço de assistência jurídica sem custo. Phamela Godoy, coordenadora do projeto, diz que nem sempre o Estado consegue dar conta de todas essas demandas, e que o serviço jurídico vai desde a orientação até os ingressos das ações, nos âmbitos cível ou penal. “O atendimento não é oferecido apenas para bancárias mas para qualquer mulher que precise de assessoria jurídica”, diz.
Informações do serviço: (11) 3188-5200, de segunda a sexta, das 9h às 18h.