Bandeira de Lula, projeto de Rogério Carvalho pede anistia de dívidas do Fies

Um milhão de jovens formados não conseguem pagar as parcelas do programa. “Qual é o incômodo pro governo anistiar a dívida de jovens que não conseguiram pagar a universidade?”, questiona o ex-presidente

Divulgação

Proposta do senador Rogério Carvalho estabelece anistia de todos os contratos do FIES até 31 de dezembro

O cenário de terra arrasada na economia, que vem aprofundando o endividamento das famílias brasileiras, também devasta as oportunidades de jovens recém-formados nas universidades do país. Alvo de asfixia pelo governo Bolsonaro, o Fundo de Financiamento ao estudante do Ensino Superior (Fies) tem hoje uma taxa de inadimplência explosiva: mais de um milhão de jovens formados não têm condições de pagar o financiamento estudantil. Diante do quadro, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) apresentou projeto de Lei (PL 4.093/2021) para dar anistia total das dívidas dos estudantes até 31 de dezembro de 2021. A anistia irrestrita é uma bandeiras defendidas pelo ex-presidente Lula, para quem a educação deve ser o maior investimento do país.

“Qual é o incômodo pro governo anistiar a dívida de jovens que não conseguiram pagar a universidade, se todo ano fazíamos Refis [Programa de Recuperação Fiscal] para anistiar os empresários que não pagavam seus impostos e a gente os perdoava?”, indagou Lula, recentemente, na Europa. “Um governo que sabe fazer tanto perdão para empresários, por que que não pode fazer uma vez na vida perdão para os estudantes que tomaram dinheiro emprestado para estudar?”, questionou.

Atualmente, cerca de 60% dos beneficiários não conseguiram pagar o as parcelas do programa. Em dois anos, o saldo de inadimplência saltou de R$ 2,5 bi para R$ 6,6 bi até o fim do primeiro semestre. O montante é 164% maior que o registrado em abril de 2019, época em que o Ministério da Educação propôs a primeira renegociação das dívidas.

Nos governos do PT, 2,71 milhões de estudantes beneficiados

Lula se contrapõe claramente ao pensamento elitista do governo Bolsonaro, cujo ministro da Educação defende que o ensino superior é algo “para poucos”. Prova disso é que nos governos do PT, o Fies beneficiou 2,71 milhões de estudantes com financiamento subsidiado.

“Nas primeiras reuniões do meu governo, quando a gente ia falar de educação, de cota, de fazer mais universidades, mais campi, sempre aparecia alguém pra dizer não tem dinheiro”, a gente não pode gastar, lembrou Lula.

“Essa ideia de que a gente não pode gastar, muitas vezes ela é induzida para que você guarde o dinheiro para pagar para o sistema financeiro, quando na realidade a gente podia gastar em alguma coisa mais produtiva para o país. Então, eu lembro que nós proibimos, numa reunião de governo, utilizar a palavra gasto quando se tratava de discutir em educação”, ensinou o ex-presidente.

Para Bolsonaro, universidade é para poucos

Já o ministro de Bolsonaro, Milton Ribeiro, tentou justificar que afirmou que a universidade deveria ser para poucos por causa da inadimplência entre os jovens. “Nós temos hoje 1 milhão estudantes de inadimplentes no Fies, isso pode prejudicar no futuro a questão de novos financiamentos. É por isso que falei que universidade não é para todos”, declarou o ministro dos ricos, em agosto.

Da Redação, com informações de Lula.com.br e G1

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast