Artigo: Cultura é o coração da política: setoriais, identidade e o novo ciclo do PT

Por João Paulo Mehl – Cultura PT Paraná

Theo Marques

João Paulo Mehl

A cultura é o coração que faz pulsar a política. É o campo onde o povo reconhece a si mesmo, onde a diversidade se torna unidade e onde o Brasil se reencontra com o que tem de mais profundo: sua capacidade de sonhar e criar. Quando a cultura ocupa o centro do projeto político, ela devolve sentido à democracia e alma às políticas públicas. É por isso que, neste novo ciclo que o Partido dos Trabalhadores inaugura com as eleições dos seus setoriais, a cultura precisa ser afirmada não apenas como tema, mas como método e fundamento — o elo que costura partido, sociedade e governo.

Os setoriais do PT são o espaço onde a política se reencontra com a vida. São lugares de escuta, de formulação e de ação, onde as vozes do Brasil profundo ganham força e direção. À medida que o partido renova suas instâncias e prepara um novo período de mobilização, o papel dos setoriais torna-se estratégico: são eles que traduzem o sentimento das bases em propostas concretas, que ligam o governo à sociedade e que mantêm viva a organicidade militante do partido. É pelos setoriais, em diálogo com os núcleos de base, que o PT se enraíza nas lutas cotidianas do povo brasileiro.

O governo Lula devolveu ao Brasil o direito de sonhar — e a cultura foi uma das primeiras a respirar esse ar de esperança. Foi ela que reacendeu as ruas, as praças e os coletivos, que enfrentou a desesperança deixada pelo neoliberalismo e a extrema direita. Foi pela cultura também que o povo se mobilizou contra privilégios e pela democracia, como nas manifestações contra a PEC da Blindagem. A cultura popular, o samba, o teatro, o hip hop, as tradições indígenas, as festas de rua e os Pontos de Cultura seguem sendo as veias abertas da democracia — o espaço onde o povo inventa o futuro com as próprias mãos.

Mas a cultura é também soberania. Soberania só se tem com o povo unido; povo só se une quando tem identidade; e identidade só existe quando há cultura — cultura com território, com memória, com pertencimento. O Brasil que queremos construir é um Brasil soberano porque é um Brasil de múltiplas vozes, de corpos livres, de saberes diversos. A cultura é o cimento invisível que liga o país ao seu próprio destino, o que transforma o diverso em comum, o que faz da pluralidade uma força nacional.

Por isso, neste novo ciclo partidário, é tempo de reafirmar que não há projeto de país sem cultura, nem transformação sem participação popular. Os setoriais e os núcleos de base são o pulsar dessa construção — espaços onde o partido pensa com o povo e age com o coração. O PT nasceu da cultura do trabalho, da solidariedade e da esperança; e é pela cultura que seguirá construindo um Brasil mais justo, soberano e humano. Que cada militante, artista, educador e comunicador veja neste momento uma convocação: fazer da cultura o centro da política, e da política o instrumento da libertação coletiva.

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