Basta de violência contra a mulher!
Apesar da Lei Maria da Penha e de outras conquistas das mulheres, o Brasil é o 7º país, entre 84, que tem maior número de assassinato de mulheres.
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25 de novembro, nós mulheres latino americanas e caribenhas, demarcamos nossa luta contra todos os tipos de violência contra a mulher – física, sexual, psicológica, patrimonial, institucional. Apesar da Lei Maria da Penha e de outras conquistas das mulheres, o Brasil é o 7º país, entre 84, que tem maior número de assassinato de mulheres.
Os dados são alarmantes: no ano de 2015, foi registrado um estupro a cada 11 minutos, de acordo com o Anuário de Segurança Pública; entretanto, estima-se que apenas 10% dos casos são notificados, de modo que podemos ter um total de meio milhão de estupros a cada ano. 70% das vítimas são crianças e adolescentes, e maioria dos agressores são homens próximos da vítima, de acordo com o Ipea. 503 mulheres são vítimas de agressões físicas a cada hora no país; 1,4 milhões de mulheres sofreram tentativa de espancamento ou estrangulamento e 12 milhões de mulheres sofreram agressões verbais no ano passado, de acordo com pesquisa do Datafolha.
Além disso, o Brasil é o país que mais mata LGBTs do mundo, em média uma pessoa a cada 25 horas, entre elas lésbicas, mulheres bissexuais e pessoas trans.
Essa violência é histórica e presente no nosso dia a dia, arraigada no patriarcado, na cultura do estupro e objetificação das mulheres. É naturalizada e muitas vezes escondida no espaço privado.
O governo golpista que destituiu a presidenta Dilma Rousseff, legitimamente eleita por milhões, tenta implementar um projeto contra toda a classe trabalhadora e contra as mulheres, com o desmonte das políticas públicas em todos os setores.
Estamos sofrendo um duro ataque com a tramitação da PEC 181, que proíbe o aborto legal, em caso de risco de vida para a gestante, estupro e fetos anencefálicos. Sob uma suposta defesa da vida, nos condenam à morte. Trata-se de uma violência institucional, do Estado, contra todas, nós, mulheres.
É uma reação violenta de setores fundamentalistas e reacionários contra nossas conquistas e nossa organização. Por isso, mais do que nunca, é muito importante, que estejamos unidas e mobilizadas. Lutamos, ombro a ombro com os movimentos feministas e sociais, pela decisão de nós mulheres sobre o nosso próprio corpo; pela implementação integral da Lei Maria da Penha; contra o desmonte da Rede de Enfrentamento da Violência Contra a Mulher e por políticas públicas de prevenção e defesa contra a violência.
Nós, mulheres petistas, estaremos nas ruas de todo o país no 25 de novembro, pela vida e autonomia das mulheres e pelo fim da violência.
Nenhum direito a menos!
Nenhuma mulher a menos!
Anne Karolyne – Secretária Nacional de Mulheres do PT