Comitê Popular de Luta em defesa da Caixa é inaugurado em Brasília
O evento aconteceu de forma híbrida (presencial e virtual), nesta segunda-feira (4) no Auditório da Fenae
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O Comitê Popular de Luta se somou à defesa da Caixa como um banco 100% público, forte e capaz de atender quem mais precisa no país. Na noite desta segunda (4), foi lançado em Brasília (DF) o Comitê Popular de Luta em defesa da Caixa.
O objetivo do Comitê, além de denunciar as mentiras que são contadas pelo governo Bolsonaro e conscientizar a população sobre a importância de manter o banco 100% público, é elaborar propostas para serem apresentadas ao próximo presidente da Caixa.
Durante os governos do ex-presidente Lula e da ex-presidenta Dilma Rousseff, a Caixa teve um importante papel na execução de políticas públicas como o Bolsa-Família e o financiamento de imóveis por meio do Minha Casa Minha Vida. Segundo pesquisa do Dieese, a Caixa registrou lucro líquido acumulado de R$ 39,7 bilhões no governo Lula (2003 a 2010) e R$ 51 bilhões no governo Dilma (2011 a 2016).
O Comitê nasce no momento em que o Governo Federal prepara mais uma tentativa de privatização do banco, com o ataque aos fundos de pensão e seus participantes. O jornal Valor Econômico anunciou no início de março que Paulo Guedes prepara uma alteração nas leis complementares 108 e 109, que regulam a relação entre as entidades fechadas de previdência complementar e seus patrocinadores, o que possibilitará a transferência da gestão dos recursos dos participantes dos fundos de pensão das estatais para o sistema financeiro, ou seja, para os bancos privados.
O evento de lançamento contou com as presenças da deputada federal Erika Kokay (PT-DF); a presidenta da Caixa entre 2006 e 2011, Maria Fernanda Ramos Coelho; a representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Maria Rita Serrano; o presidente do Sindicato dos Bancários do Distrito Federal, Kleytton Morais; a diretora de políticas sociais da Fenae, Rachel de Araújo Weber; a ex-vice presidenta da Caixa, Clarice Coppeti; o presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) do Distrito Federal, Jacy Afonso; além de funcionários e ex-funcionários da Caixa.
Durante o evento, a representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Maria Rita Serrano lembrou das inúmeras tentativas de privatização que o Banco vem enfrentando desde a reeleição de Dilma em 2014. “Nessa época começou a ser debatido o Estatuto das Estatais, que preparava as empresas públicas para serem privatizadas. Porém, com a ajuda dos parlamentares da esquerda e de parte do governo, conseguimos tirar as cláusulas mais privatizantes da lei. De lá pra cá a estratégia mudou, deixou de se abrir o capital da Caixa e a estratégia virou criar subsidiárias para preparar as privatizações”, explicou Maria Rita.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) falou sobre o sucateamento do Estado que vem sendo promovido pelo governo Bolsonaro e a entrega dos bens públicos ao mercado financeiro, além do uso da Caixa como palanque eleitoral para Bolsonaro. “O presidente Pedro Guimarães está se utilizando da empresa para construir uma campanha eleitoral, usando a mentira e o ódio. Esse Comitê tem que trabalhar na denúncia e na disputa das narrativas sobre a Caixa, e também levar propostas para o próximo presidente da Caixa”, defendeu Kokay.
A deputada ainda reforçou a importância da criação e manutenção dos Comitês Populares de Luta para a formação de uma base forte e atuante que possa garantir a aprovação das pautas progressistas. “Provavelmente não teremos maioria no Congresso. Assim, precisaremos manter vivas todas as organizações que construímos nas eleições para substituir essa maioria que não teremos, para podermos avançar na construção do Brasil que queremos”, concluiu Kokay.
Da Redação/Comitê Popular de Luta