CUT e CTB realizam ato dia 5/06 contra a crise da água em São Paulo
Movimentos sindical, social e estudantil vão às ruas denunciar falta de investimentos, com mobilização a partir das 9h, na Estação Pinheiros, zona oeste da capital Por: CUT/SP e SSN/PT
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A Central Única dos Trabalhadores (CUT), seus sindicatos filiados, entidades dos movimentos social e estudantil e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) realizarão um grande ato no próximo dia 5 de junho (quinta-feira) para esclarecer a população sobre a grave crise no abastecimento de água e denunciar o descaso do governo estadual com a falta de investimentos no setor. A concentração será a partir das 9h, na Estação Pinheiros (Linha 4-Amarela), localizada na Rua do Sumidouro, próxima à Praça Vitor Civita, em Pinheiros, zona oeste da capital.
A mobilização foi deliberada por dirigentes sindicais e representantes dos movimentos sociais após o seminário “A Crise da Água em São Paulo”, ocorrido no último dia 13 de maio na Assembleia Legislativa de São Paulo, no qual os participantes foram unânimes em apontar o problema da seca como consequência da má gestão do governo estadual do PSDB e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
O 5 de junho também foi escolhido porque a data marca o Dia Mundial do Meio Ambiente, definido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e que, em 2014, terá como enfoque a questão das mudanças climáticas.
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A CUT São Paulo defende outro modelo de gestão estadual diante da irresponsabilidade do governo Geraldo Alckmin (PSDB) com os serviços públicos, não só em relação à água. A falta de investimentos em transporte público é outra área afetada, pois há tempos a classe trabalhadora sofre, cotidianamente, com os problemas de mobilidade urbana.
“Não é possível que a população pague a conta pela estiagem e o desabastecimento, principalmente diante da inércia e irresponsabilidade do governo estadual paulista que, por duas décadas, deixou de investir em obras e planos de contingência para aproveitamento dos recursos hídricos”, afirma Adi dos Santos Lima, presidente da CUT São Paulo.
Até o momento, a aposta do governo tucano se restringe à campanha educativa e desconto na conta daqueles que reduzirem o consumo. O racionamento continua sendo negado, mas a realidade é que diversos bairros da periferia paulistana sofrem com o revezamento no fornecimento de água.
Emprego em risco – Além dos transtornos à população, a crise da água, alerta o dirigente, pode afetar mais o emprego do que o apagão da energia ocorrido em 2001, pois a eletricidade podia ser fornecida por geradores, mas a água não tem substituto. “Quando a água é insumo da produção, o desabastecimento pode colocar o emprego em risco”, afirma Adi.
Indústria e agricultura estão os setores alarmados. Há empresas que já têm a produção afetada e outras sinalizam o impacto financeiro negativo.
Água não é mercadoria – A Sabesp é uma empresa de economia mista que desde 2002 tem ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo e de Nova Iorque, nos Estados Unidos, e se transformou numa corporação voltada ao lucro e não à gestão, planejamento e investimentos em saneamento básico. O governo estadual é acionista majoritário da companhia, com 50,3% das ações e, assim, é o maior beneficiado com os dividendos – os lucros chegam a R$ 2 bilhões anuais.
A questão é que, até 2011, nenhum dividendo foi investido em saneamento. Os aportes só começaram em 2014 com o lançamento do programa Pró-Conexão, que subsidia as instalações internas das casas da população de baixa renda para ligação à rede de esgotos.
Entre outras entidades, o ato contará com a participação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Levante Popular da Juventude, União Nacional dos Estudantes, Marcha Mundial de Mulheres e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
Rapinagem da cidadania e seca – A administração pública estadual paulista – tucana – evidencia mais uma mazela no trato às necessidades da população. Preocupado com o avanço na perda de cidadania pela ausência do governo estadual paulista, o Secretário Sindical Nacional Angelo D’Agostini afirmou “(…) a lentidão na tomada de decisão, mostra a indiferença do governo do Estado de São Paulo com a questão, pois, a decisão de se fazer a interligação entre as represas, por exemplo, embora simples, poderia ser feita antes, pois, este é um problema já conhecido dos gestores públicos há pelo menos cinco anos, conforme alertou o governo federal. A falta de gestão em recursos hídricos é mais uma evidencia do desgaste e da insuficiência do PSDB em governar o Estado de São Paulo. Um bom gestor tem compromisso com o planejamento e com os cidadãos. A omissão do Estado não é só com a água, aliás, essa é a ponta do iceberg, em se tratando de PSDB. Quando observamos políticas públicas essenciais à cidadania como Saúde, Saneamento, Direitos Humanos, Sistema Socioeducativo, Educação, Assistência Social, Trabalho e Renda, Sistema prisional, Segurança e tantas outras, notamos o abandonado sistemático realizado nas últimas duas décadas . Perguntamos, então, o PSDB governa para quem? Já está na hora dos cidadãos de São Paulo mudar essa situação.”
A mobilização contra essas mazelas deve ser continua, como sempre, para resgatarmos a cidadania, o secretário Ângelo afirmou ainda “(…)ir para rua é essencial no processo democrático, por isso, conclamo a todos participarem do ato do dia 05/06/14, a partir das 9h, na Estação Pinheiros (Linha 4-Amarela), na Rua do Sumidouro, próxima à Praça Vitor Civita, em Pinheiros – São Paulo/SP, promovendo assim mais uma ação que visa dignificar o tratamento da demanda da sociedade, bem como, resgatar a cidadania em São Paulo”