Juiz adia expulsão de semterras de duas fazendas do Pará

Polícia Militar continua com ordem de despejar acampados em algumas áreas. Missão Ecumênica inicia nesta quarta-feira, em Marabá, atividades de apoio a famílias e comunidades vítimas da violência

O juiz da Vara Agrária de Marabá, Amarildo Mazutti, decidiu adiar a reintegração de posse de duas fazendas – Cedro e Santa Tereza – onde estão instalados acampamentos do MST, informou o portal Correio de Carajás com base na Comissão Pastoral da Terra. O adiamento resultou de reuniões mantidas ao longo da segunda-feira entre representantes da própria CPT e do MST com o juiz que, na semana anterior, emitira a ordem de despejo de quase duas mil famílias de semterras no Pará.
Pela nova decisão, o MST poderá manter na Fazenda Santa Tereza o Acampamento Hugo Chaves até 13 de dezembro, quando se encerrará o ano letivo das crianças que vivem na região. No caso da Fazenda Cedro, onde está o Acampamento Helenira Resende, o juiz agendou para o próximo dia 23 uma nova audiência entre o Incra e outros órgãos para que se decida para onde as famílias serão transferidas.
Outras áreas, como nos municípios de Eldorado dos Carajás e de Canaã dos Carajás, continuam na lista da Polícia Militar para que cumpra ordens de expulsão dos semterras.
Hoje serão iniciadas em Marabá as atividades da Missão Ecumênica formada para apoiar os camponeses e as camponesas do estado. A Missão Ecumênica, que será mantida até a sexta-feira (10), é uma iniciativa do Fórum Ecumênico ACT Aliança Brasil (FEACT-Brasil), Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), Centro de Estudos Bíblicos (CEBI), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos (CBDDH), e Processo de Articulação e Diálogo Internacional (PAD).
O objetivo é prestar solidariedade e apoio às famílias e comunidades atingidas pela violência do campo, cobrar providências das autoridades locais e convocar igrejas e pastorais para que se posicionem contra a violência no campo.
A comitiva visitará, entre outros locais, o Acampamento Jane Júlia, no município de Pau D’Arco, onde estão as famílias sobreviventes do massacre ocorrido em 24 de maio deste ano. Naquele dia, nove trabalhadores e uma trabalhadora foram mortos em uma ação da Polícia Militar e da Polícia Civil paraenses. O Massacre de Pau D’Arco é considerado o maior desde Eldorado do Carajás, em 1996.

Com informações e foto do portal Correio de Carajás

https://www.correiodecarajas.com.br/post/reintegracoes-sao-adiadas-nas-fazendas-cedro-e-santa-tereza

PT Cast