“LUTAR, LUTAR SEMPRE, CONTRA O GOLPE”
Declaração do Parti de Gauche, por Florence Poznanski, membro da comissão internacional
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Apos quase dois anos de perseguição, dos quais oito meses de tramitação no Congresso, o terceiro turno das eleições presidenciais ocorreu, esse 31 de agosto de 2016. Um golpe de Estado parlamentar, midiático e judiciário congeminado pela direita desde sua derrota nas ultimas eleições.
O Senado, presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, reconheceu por 61 votos a 20, a Presidenta Dilma Vana Rousseff culpada de dois crimes de responsabilidade fiscal (a tomada de empréstimos juntos à instituição financeira controlada pela União e a abertura de créditos sem autorização parlamentar).
O argumento das pedaladas fiscais é um mero pretexto jurídico técnico e falacioso que a Historia esquecerá rapidamente. O que permanecer á gravado, é sim a perseguição incessante dos coronéis, do capital financeiro, da bancada da bala, da Bíblia, dos latifúndios, dos fascistas mais conservadores e de todos os covardes que os circundam, que mais uma vez na historia política brasileira deturparam os princípios da democracia para satisfazer seus interesses de classe, em nome dela. Antes de Dilma Rousseff, Getúlio Vargas, suicidado em 1954, João Goulart, deposto pelas armas em 1964, também sucumbiram às forças retrogradas do patrimonialismo.
Apos ter pedido a recontagem dos votos, a verificação das contas de campanhas de Dilma Rousseff, orquestrado seu linchamento midiático nas ruas, bloqueado qualquer ação legislativa no Congresso e conspirado sobre seu necessário afastamento, a direito e os 60% de parlamentares corruptos que povoam o Congresso, conseguiram acertar a meta, após 13 anos de impaciência.
13 anos de conquistas sociais duramente negociadas com aqueles interesses privados nacionais e internacionais que impõem e atuam no continente latino-americano sem nunca confrontar-se com o voto popular. 13 anos de conquistas sociais que o corrupto Michel Temer planeja de destruir enquanto, nunca eleito, ele mesmo está inelegível por oito anos.
As medidas tomadas durante o período de afastamento da Presidenta são muito preocupantes: privatização da exploração do pré-sal, privatização das empresas públicas e da previdência, desvinculação das despesas com políticas públicas, recuo da aposentadoria para 70 anos, terceirização das atividades fins, sucateamento da saúde pública, sem contar a supressão de muitos programas na área da educação implantados pelo governo petista. A posse oficial na Presidência deixa antever o endurecimento dessas orientações que representam uma forte ameaça para o equilíbrio nacional e regional.
Lutar, Sempre. O Parti de Gauche faz suas as palavras de ordem da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo. Essa ruptura da ordem democrática é ilegítima e deve ser enfrentada duramente. Michel Temer não deve ser reconhecido ao cargo de Presidente e o Parti de Gauche, membro do coletivo de solidariedade França-Brasil, exige que o Presidente francês não reconheça esse governo.
Download: Déclaration PG sur impeachment