Manifesto da Juventude no Encontro Setorial Agrário do PT
Manifesto defende a agricultura familiar e o papel das juventudes do campo na construção do partido
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Durante os governos Lula e Dilma, o Brasil construiu um amplo arcabouço institucional e legal de apoio à agricultura familiar e camponesa. Foram criados programas e políticas de acesso à terra e ao crédito, de assistência técnica e extensão rural, de apoio ao cooperativismo e à economia solidária, de comercialização, educação do campo, dentre muitas outras. Aos poucos, vimos a necessidade de ampliação dessas políticas e do reconhecimento dos sujeitos do campo – em especial das mulheres rurais, dos povos e comunidades tradicionais e da juventude.
Começamos a trilhar um caminho nessa direção, reconhecendo as juventudes do campo, das florestas e das águas como sujeitos políticos e de direitos, estratégicos para o nosso projeto nacional. Mulheres e homens que desempenham papel chave nas possibilidades de continuidade e reprodução da agricultura familiar, dos saberes e tradições populares, na preservação do meio ambiente e na garantia de nossa segurança e soberania alimentar, por meio da produção de alimentos saudáveis, ofertados em quantidade e a preço justo para toda a população brasileira.
Ressaltamos ainda o papel da juventude no sentido das descontinuidades de visões já ultrapassadas na realidade da vida no campo, com a ressignificação e a dinamização dos espaços rurais. As experiências inovadoras da agroecologia e as atividades não-agrícolas no mundo rural têm sido protagonizadas pela juventude em todos os cantos do país.
A organização da juventude nos movimentos sindical e social rural, assim como a estruturação das redes nos territórios e em demais fóruns juvenis, tem fortalecido sua atuação política e a inserção, cada vez mais incisiva, na superação dos desafios da vida no campo e nas questões da conjuntura local e nacional. Fruto da atuação incessante desses jovens, o governo da Presidenta Dilma sancionou o Estatuto da Juventude (Lei n. 12.852/2013) e o Decreto n. 8.736/2016, que instituiu o Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural.
Com a chegada dos golpistas ao governo federal só vivenciamos retrocessos. A começar pela extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA, vimos a destruição de diversas políticas e programas e a desidratação de outras, que tiveram seus recursos reduzidos e sua efetivação inviabilizada.
Sabemos que o Partido dos Trabalhadores é uma referência para as juventudes rurais. Parcela expressiva dessa juventude é filiada ao PT ou possui algum tipo de ligação ou proximidade com o Partido. O PT é certamente uma alternativa de construção social e política e uma fonte de esperança para a juventude brasileira como um todo.
Presente no Encontro Nacional do Setorial Agrário do PT, realizado entre os dias 21 e 22 de outubro de 2017, a juventude vem fazer uma convocação à Secretária Nacional Agrária, à Secretaria Nacional de Juventude do PT e às demais instâncias do Partido para a consideração efetiva das juventudes do campo, das florestas e das águas.
É preciso reconhecer e valorizar a diversidade da juventude rural e as particularidades e demandas específicas das mulheres rurais, LGBTQ’s, assim como povos e comunidades tradicionais. Destinar esforços no sentido da mobilização, organização e formação da juventude nos territórios. Da mesma forma, a juventude deve integrar e participar ativa e efetivamente no cotidiano do Partido, bem como na atualização e construção do nosso projeto de desenvolvimento.
Lançamos recentemente a campanha nacional de filiação e a plataforma ‘O Brasil que o Povo Quer’ e sabemos do potencial que juventude rural têm de mobilizar e contribuir para ambas as iniciativas.
Seguimos juntas e juntos na luta, por um campo com gente feliz e um Brasil mais justo e soberano.
Viva a juventude rural! Viva a juventude petista! Viva o PT!