Nosso conjunto da obra é o da democracia e da cidadania inclusiva

E mais uma vez a história vai se repetindo. O golpe das elites aventureiras e espoliadoras! A narrativa construída do golpe de 2016 segue o mesmo enredo. Um jogo de…

E mais uma vez a história vai se repetindo. O golpe das elites aventureiras e espoliadoras!

A narrativa construída do golpe de 2016 segue o mesmo enredo. Um jogo de palavras usando um arcabouço jurídico com lacunas e resíduos de períodos ditatoriais. A maior conquista, a Constituição de 1988 é descartada, junto com os princípios de soberania e cidadania participativa. Tudo por cima, com ajuda da imprensa oligopolista e golpista!

A ação dos setores golpistas, amparada pelo discurso fascista e sua pauta do retrocesso, remete-nos a um recuo de cerca de 100 anos, ao período da velha republica.

A condição para o golpe é o fato de a base governista ser minoritária nas duas casas parlamentares brasileiras, colocando em cheque o presidencialismo de coalizão e a democracia brasileira, ou fazendo um semi-parlamentarismo à brasileira, por seu caráter chantagista.

Num jogo de soma zero, a presidência da casa do povo, a câmara dos deputados, trabalhou sob a chantagem de quem tem uma extensa ficha corrida de ilícitos antidemocráticos e nada republicanos. E que simplesmente não convergia com o espirito transparente, democrático e popular do programa eleito por mais de 54 milhões de cidadã(o)s brasileira(o)s. O que também se repetiu no Senado Federal, lamentavelmente.

Eis o conflito central que propiciou o cenário do golpe!

De um lado uma representante da classe trabalhadora, com uma trajetória limpa e honesta, enfrentando mais um enorme desafio perante a crise internacional, em seu segundo mandato. Uma mulher, disposta a seguir incluindo negros/as, pobres, lgbt’s, dialogando com todos os setores religiosos brasileiros, com respeito e igualdade.

De outro, um símbolo dos “dinossauros” políticos e suas mais tradicionais práticas coronelistas e de corrupção, aliado com a representação – também “dinossauresca” que gosta da corrupção e do “escondidinho” – do projeto neoliberal derrotado nas urnas!

Em busca da retomada da elite branca, fascista, fundamentalista, racista, lgbtfóbica e misógina, enfim, golpistas conservadores antidemocráticos, verdadeiros senhores de engenho da pior espécie!

A maioria do parlamento não teve duvida em assumir uma mancha histórica em suas trajetórias políticas, tendo o apoio da imprensa golpista assumiram a tarefa de criar um cenário de instabilidade política rumo à derrota da classe trabalhadora e seus direitos.

Nunca é demais lembrar que o principal legado ou “conjunto da obra” do projeto democrático e popular do programa eleito pela maioria dos/as eleitores/as brasileiros/as é, foi e continuará sendo avanços em defesa dos direitos, da democracia, da soberania e da integração regional, pois, são eles que nos permitem nosso fortalecimento enquanto nação!

O golpe é sem duvida um grande estigma para a nossa recente história democrática, mas, mostra que devemos seguir altivamente aquela que é nossa história desde sempre, a de lutar por nossa concepção e prática em defesa do projeto democrático e popular, pois, precisamos aprofundar a democracia e a participação cidadã. Não se transforma sociedade sem direitos e cidadania participativa!

Os setores golpistas colocam o alvo num partido, um erro que ilude a sociedade, mas, com toda intenção de sugestionar setores da sociedade. A prática ilusionista do oligopólio elitista e midiático. Precisamos seguir avançando em projeto popular de comunicação democrática e alternativa!

Não se rompe com o espírito de “vira-latas” e com o “coxismo/escondidismo/trouxismo” dos fascistas sem um contraponto democrático e popular que dialogue com a realidade e com os fatos.

O golpe busca vender o petróleo e a nossa soberania, mesmo que para isso nos fragilizem enquanto nação. E não para por aí!

A educação pública está sendo inviabilizada como objeto de transformação da sociedade, por meio de um projeto que busca destruir a criticidade e a cidadania presentes na formação em escolas públicas.

Eles já vêm praticando isto em alguns estados por meio de superpopulação escolar, baixa remuneração do professorado, dentro outras práticas precarizantes da rede pública. Atualmente até se for necessário, a direita fascista rouba merenda para inviabilizar a presença nas escolas, bem como, coloca cachorros e polícias com touca ninja para conversar com educadores.

Desta maneira podemos perceber que está em curso, junto com o golpe. Um desmonte da cidadania e das instituições democráticas. Para tanto, estão desfazendo uma série de conquistas e de direitos da classe trabalhadora brasileira.

A mesma classe trabalhadora que viu o espetáculo do crescimento e das conquistas durante um período recente. E que enfrentava com altivez o desafio da crise. A classe trabalhadora conhece nosso legado, nosso projeto e nossa luta. Sabemos como caminhar independente do tal julgamento que está na pauta de nossa democracia.

No PT estão nossas bandeiras, nossas lutas e nossa história! Nossa estrela é muito maior que o golpe! Não recuaremos um centímetro na luta por um país melhor!

Por mais democracia e mais participação popular! Contra a perda dos direitos e da soberania!

Não ao golpe!

Indalécio Wanderley Silva

Secretário Sindical Nacional

PT Cast