Nota: Bolsonaro e seu rastro de destruição em Pernambuco

Jefferson Rodrigues Maciel, da SEMAD Pernambuco, e Penildon Silva Filho, SMAD nacional, assinam nota denunciando os atos de Bolsonaro contra o meio ambiente pernambucano

Site do PT

Nota de Solidariedade ao Povo do Rio Grande do Sul

Por onde Bolsonaro passa ele deixa ou tenta deixar um rastro de destruição ambiental. Dessa vez o alvo é Pernambuco, onde ele fez dois ataques à natureza e história do Estado. Compreender as características desses movimentos é fundamental para fortalecer as pautas ambientais dos Comitês Populares de Luta.

Em sua passagem recente, Bolsonaro lançou a pedra fundamental para construção da Escola de Sargentos em Aldeia, Camaragibe. Colocando à parte a relevância e necessidade do empreendimento para o funcionamento das Forças Armadas, o projeto da Escola de Sargentos pode destruir quase 150 hectares de Floresta Atlântica e extinguir localmente pelo menos 20 espécies de animais e plantas ameaçadas de extinção que encontram refúgio na região. Mas além disso, destruir o pouco que sobrou de mata em Aldeia vai colocar em risco a segurança hídrica do estado de Pernambuco já que a maior parte das fontes de água mineral da região metropolitana de Recife depende da conservação das matas da APA Aldeia-Beberibe, onde está inserido o projeto da Escola de Sargentos.

A sociedade civil pernambucana se movimentou contra a implantação do projeto. Não faltaram opiniões técnicas mostrando os pontos negativos do empreendimento e a apresentação de opções que causam menos impacto no importante fragmento de Floresta Atlântica da região.

O segundo ataque bolsonarista contra a natureza pernambucana ocorre em Fernando de Noronha. A APA Fernando de Noronha e a biodiversidade que ela protege vem sendo alvo de Bolsonaro desde o começo de seu governo. Logo após a sua eleição, Bolsonaro demitiu um importante técnico reconhecido internacionalmente por seu trabalho de conservação na APA. Depois disso, Bolsonaro retirou o ICMBIO das decisões sobre licenças ambientais no arquipélago. Por fim, nunca foi segredo o interesse dos bolsonaros em privatizar o arquipélago e abrir as porteiras para atividades turísticas predatórias.

Como ele não conseguiu tudo o que queria mesmo destruindo a fiscalização ambiental, agora resolveu tomar o arquipélago de Pernambuco em um ato recheado de rancor político. Seu intento é claro: facilitar de vez para seus amigos fazendo a privatização do paraíso ambiental que é fundamental para proteger a vida marinha única do Nordeste do Brasil.

A lição dessas ações bolsonaristas contra a natureza em um contexto local é óbvia: Bolsonaro vai passar, mas a força do bolsonarismo vai continuar por muito tempo tentando enfraquecer as políticas ambientais através de ações locais. Nesse contexto, as melhores trincheiras de resistência serão os Comitês Populares de Luta que irão internalizar os debates ambientais por todo o Brasil e fortalecer as bases para o confronto qualificado pela defesa da nossa biodiversidade.


Jefferson Rodrigues Maciel
Secretário Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco – SEMAD Pernambuco
Penildon Silva Filho
Secretário de Meio Ambiente e desenvolvimento do PT – SMAD nacional

PT Cast