Núcleo do PT de Paris participa da comemoração dos 120 anos do jornal l’Humanité

Petistas participaram da Fête de l’Humanité, evento político-cultural organizado pelo jornal l’Humanité, que celebra este ano seu 120º aniversário

Núcleo do PT de Paris

Integrantes do Núcleo do PT de Paris participaram do evento político-cultural em comemoração dos 120 anos do jornal I´Humanité

O Núcleo do PT de Paris esteve presente nos dias 13, 14 e 15 de setembro na popular Fête de l’Humanité, evento político-cultural organizado pelo jornal l’Humanité. Sua presença neste evento foi importante para fortalecer nosso partido e estabelecer alianças estratégicas necessárias para a mobilização em defesa dos direitos sociais da justiça climática e da democracia.

A 89° edição da Fête de l’Humanité aconteceu este ano nas festividades 120º aniversário du jornal l’Humanité, em meio a um cenário político marcado por tensões e grandes desafios. Com o governo de Emmanuel Macron sendo amplamente criticado por sua deriva autoritária e o crescimento da extrema direita preocupando a sociedade francesa, a necessidade de uma resistência coletiva para defender os princípios republicanos esteve presente nos discursos de Fabien Roussel, Jean-Luc Mélenchon e do ex-primeiro-ministro Dominique de Villepin.

Em seus discursos, os três oradores citados acima manifestaram grande preocupação com o genocídio do povo palestino e a instabilidade crescente no Oriente Médio, além de ressaltarem os impactos do conflito entre a Rússia e a Ucrânia. A crise ambiental e social também foi um ponto comum nos discursos de Mélenchon e de Roussel que defenderam mudanças no modelo econômico que combata as desigualdades e a destruição ambiental.

Roussel, secretário do Partido Comunista, criticou o governo de Emmanuel Macron, acusando o presidente de adotar uma deriva autoritária e de perpetuar um negacionismo democrático, particularmente de ter adotado reformas impostas sem um verdadeiro debate público, como a reforma da previdência. Ele destacou fortemente a solidariedade internacional com o povo palestino, apontando a situação em Gaza como um exemplo urgente de sofrimento causado por conflitos armados. Ele sublinhou a importância de um apoio reforçado à causa palestina, especialmente no contexto atual de violência e opressão, e defendeu uma paz justa e duradoura, baseada no respeito ao direito internacional.

Jean-Luc Mélenchon, líder do partido La France Insoumise, foi ainda mais contundente contra Emmanuel Macron, acusando-o de estabelecer um regime autoritário que governa pela força, especialmente através do uso do Artigo 49.3 para contornar a Assembleia Nacional. Mélenchon condenou esse negacionismo democrático, onde a voz do povo é ignorada, apontando que os recentes protestos contra a reforma da previdência foram reprimidos sem que a insatisfação social fosse reconhecida. Ele apelou por uma renovação democrática e pela união da esquerda para combater a extrema direita e as políticas neoliberais.

Mélenchon também abordou as crises ambientais e sociais, defendendo uma mudança no modelo econômico que acabe com as desigualdades e a destruição ambiental. Conhecido por seu firme posicionamento a favor dos direitos palestinos, reiterou sua crítica contundente ao tratamento dado ao povo palestino, condenando as ações de Israel e exigindo o fim da ocupação e das agressões. Ele destacou a necessidade de uma solução que respeite a autodeterminação do povo palestino e condenou a cumplicidade do Ocidente em não pressionar o governo israelense.

Para Mélenchon, a questão palestina está no centro de sua visão de justiça internacional. Dominique de Villepin, ex-primeiro-ministro e diplomata, adotou uma posição mais moderada, apelando para o diálogo na resolução das crises globais, particularmente na Ucrânia. No entanto, ele também criticou a gestão dos assuntos internacionais por Macron, mencionando uma política externa errática que isola a França. Diplomata de formação, Dominique de Villepin focou na necessidade de diálogo e negociação internacional para resolver o conflito israelo-palestino e da Russia e Ucrânia.

Embora menos contundente em suas críticas, ele defendeu uma solução baseada no respeito ao direito internacional, pedindo esforços multilaterais para alcançar uma paz justa que atenda às aspirações dos palestinos e assegure a estabilidade na região. De Villepin defendeu também a necessidade da França dialogar com os países dos Brics e defendeu a independência da França com relação a política americana que segundo ele não é convergente em várias situações com a do seu país.

Esses discursos convergiram em vários pontos chave do atual cenário político francês e internacional: o crescimento da extrema direita, a deriva autoritária do governo Macron, o desrespeito ao debate democrático, e a necessidade de uma resistência coletiva para proteger a República, assim como a necessidade de reforçar a mobilização internacional para denunciar o genocídio do povo palestino em curso e defender a causa palestina.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)  também esteve presente na Fête de l’Humanité, promovendo debates e atividades para divulgar suas lutas em prol da reforma agrária e da justiça social no Brasil e denunciando a violência no campo. O tema da soberania alimentar, a sustentabilidade agrícola e a resistência contra políticas neoliberais que prejudicam camponeses e pequenos agricultores foram abordados.

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