Núcleo do PT na Argentina promove pesquisa nacional de perfil dos estudantes brasileiros nas faculdades públicas de medicina no país
O projeto da pesquisa nacional de perfil socioeconômico e cultural dos estudantes brasileiros nas faculdades públicas de medicina na Argentina foi apresentado na última sexta-feira (18/10), na Embaixada do Brasil em Buenos Aires
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Na última sexta-feira (18/10), o Núcleo do PT na Argentina coordenou a reunião de apresentação do projeto da 1° Pesquisa sobre o perfil socioeconômico e cultural dos estudantes brasileiros nas faculdades de medicina na Argentina, em um encontro hibrido com os decanos das Faculdades públicas de medicina de todo o país.
Para a reunião de apresentação foram convidados os 25 decanos dos quais participaram 14, entre eles o decano Dr. Luis Ignácio Brusco e o diretor geral de estudos de pós-graduação, Dr. Matías Rojo, ambos da Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires – UBA. Também estiveram presentes de maneira virtual o Decano da Universidade de Rosário, Dr. Jorge Molinas e o presidente do Fórum Argentino de Escolas e Faculdades Públicas de Medicina, Dr. Demétrio Mateo Martinez, entre outros.
Há pouco mais de 1 ano o Núcleo do PT na Argentina trabalha na construção da 1° Pesquisa sobre o perfil socioeconômico e cultural dos estudantes brasileiros nas faculdades de medicina na Argentina. Em parceria com a Embaixada do Brasil, a Universidade Federal de Uberlândia, a Fundação Joaquim Nabuco e a Fundação Dynamis XXI o projeto está em fase de desenvolvimento e concluiu a primeira etapa que consiste na elaboração do formulário com mais de 60 questões e aplicação do pré-teste com um grupo focal formado por estudantes do Núcleo.
O próximo passo é construir acordos e convênios com as Universidades para realizar a pesquisa com os alunos. “Nossa intenção é fazer uma pesquisa censitária. Sabendo da enorme dificuldade de acessar todos os estudantes e fazer uma pesquisa censitária, pretendemos fazer uma amostra estratificada, que considere o percentual de estudantes brasileiros em cada uma das 25 universidades. Para a pesquisa ter êxito e rigor científico é fundamental o apoio das universidades argentinas e da equipe de pesquisadores no Brasil”, afirma a Dra. Patrícia Trópia, uma das coordenadoras da pesquisa.
O trabalho realizado até o momento foi apresentado pelos coordenadores da pesquisa, os professores investigadores Dra. Patrícia Vieira Trópia, Dr. Leonardo Barbosa e Silva da Universidade Federal de Uberlândia e a Dra. Darcilene Gomes da FUNDAJ. Ambos estiveram à frente da V Pesquisa do Perfil socioeconômico e cultural dos estudantes de graduação das Universidades Federais no Brasil. Pesquisa que contou com a participação de mais de 420 mil estudantes em 2018. Já o Dr. Leonardo e a Dra. Darcilene coordenaram a IV Pesquisa Nacional, formando assim uma equipe de peso e com experiência para conduzir com rigor científico e metodológico a pesquisa na Argentina. Trópia foi a primeira da equipe acadêmica convidada pela coordenação do Núcleo do PT para somar sua experiência e colaborar com o projeto e acabou trazendo os demais profissionais para garantir uma pesquisa de excelência.
A reunião de apresentação foi conduzida pelo Núcleo do PT, através do seu coordenador Paulo Pereira e contou com o apoio e a presença do Embaixador Julio Glinternick Bitelli, a primeira secretária Juliana Santil e Fernando Zelner, Chefe do Setor de Cooperação Educacional da Embaixada do Brasil na Argentina. Também estiveram presentes os estudantes brasileiros, membros do Núcleo do PT e integrantes da Fundação Dynamis XXI, através do seu presidente Enrique Rios e a conselheira Maria Eva Bengolea, todos parceiros do projeto.
O objetivo da reunião foi conquistar o apoio das 25 Universidades públicas do país para o desenvolvimento dos próximos passos da pesquisa que consiste em aprovar o projeto nos Comitês de Bioética das universidades, construir um protocolo de cooperação entre os parceiros, levantar recursos para análise dos dados técnicos e hospedagem virtual do questionário garantindo a total segurança dos dados, assim como o desafio de fazer a pesquisa chegar aos estudantes brasileiros de todas as faculdades públicas de medicina do país.
O projeto da 1° Pesquisa sobre o perfil socioeconômico e cultural dos estudantes brasileiros nas faculdades de medicina na Argentina nasceu durante a campanha eleitoral de 2022 quando os coordenadores do Núcleo, Paulo Pereira e Renata Codas, mapearam e percorreram as principais cidades do país com o maior número de brasileiros residentes segundo o RENAPER – Registo Nacional de Pessoas. Dialogando com organizações da sociedade civil, partidos políticos, sindicatos, instituições de educação e saúde, mas principalmente conversando com os estudantes da comunidade brasileira, constataram que as cidades com maior número de brasileiros tinham uma particularidade, cidades universitárias e com faculdades públicas e privadas de medicina, onde milhares de jovens migram todos os anos para morar e estudar.
Atraídos por um sistema público de qualidade e sem vestibular, jovens de todas as partes do Brasil chegam todos os anos a Rosário, Mar del Plata, La Plata, Córdoba e Buenos Aires tornando-se assim a maior comunidade migrante universitária entre as faculdades de medicina. Somente na Universidade de Buenos Aires, na capital do país, o total de alunos brasileiros cursando a faculdade de ciências médicas ultrapassa os 7 mil. Em Rosário, no estado de Santa Fé, a Universidade Nacional de Rosario – UNR, divulgou que 33% dos alunos matriculados ao longo dos 6 anos do curso de medicina são de nacionalidade brasileira. Ou seja, dos 9.500 alunos, 3500 possuem nacionalidade brasileira.
Estima-se que atualmente cerca de 20.000 brasileiros estudam áreas relacionadas à saúde, especialmente cursos de medicina na Argentina. Faltam dados precisos sobre o número exato de estudantes brasileiros matriculados nas universidades públicas e privadas e o perfil socioeconômico e cultural desses estudantes no país. Desde a falta de informações da quantidade de alunos matriculados em cada universidade (pública e privada) até a realidade dos profissionais já formados e atuando no país, reina a incerteza sobre as condições em que esses profissionais estudam, se mantêm no país e trabalham antes e após a formação.
Núcleo do PT na Argentina