PT, ES, EN | Porque não abrimos mão da candidatura Lula

Confira o artigo da presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann

Ricardo Stuckert

O ex-presidente Lula e a presidenta Nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann

Publicado no Brasil 247, 8 de maio de 2018

Lula é inocente. Conhecemos sua vida dedicada ao povo brasileiro. E conhecemos os vícios, falhas e arbitrariedades do processo que o condenou. Policiais, procuradores e juízes parciais atuaram com objetivos políticos, em cumplicidade com a Rede Globo e a grande mídia, para tirar Lula do processo eleitoral. Lula foi preso de forma apressada e ilegal, antes do trânsito em julgado da sentença na segunda instância. Foi uma decisão que, com certeza, num futuro próximo será anulada.

Lula carrega consigo a esperança e a confiança da parcela mais expressiva do povo brasileiro, que quer votar em seu maior líder em outubro próximo, apesar da perseguição e da prisão arbitrária. A grande maioria da população sabe que a pressa em prender Lula atendeu a seus adversários políticos, que não aceitam as vitórias eleitorais de Lula e do PT.

Confirmamos essa percepção por meio de pesquisas sérias, quantitativas e qualitativas. A maioria dos pesquisados diz que a prisão arbitrária atende aos “grandes”, que querem ganhar mais sem Lula no governo. A setores do sistema judicial que “faz o jogo dos adversários de Lula e quer aparecer”. E à mídia, que “fica em cima demais de Lula e só mostra um lado”.

Os eleitores de Lula, que são ampla maioria em todas as pesquisas eleitorais, esperam que o PT e seus dirigentes façam sua defesa intransigente e garantam a viabilidade de sua candidatura, para preencher o vazio político que existiria sem ele, numa eleição que ocorrerá em momento tão difícil e conturbado da vida nacional.

A prisão de Lula não altera em nada o direito do PT de requerer o registro de sua candidatura até 15 de agosto. Aconteça o que acontecer, não há nenhuma margem legal para o indeferimento antecipado da candidatura de Lula, ao contrário do que dizem os comentaristas da Globo.

Até mesmo uma suposta inelegibilidade provisória pode ser revogada a qualquer tempo, conforme a lei e os antecedentes da Justiça Eleitoral e do STF, mesmo depois da eleição. E é isso que garante a Lula o direito de ser candidato, como está em parecer subscrito pelo jurista Luiz Fernando Casagrande Pereira, especialista em direito eleitoral (ler aqui). Parecer que até hoje não foi refutado.

Se Lula é inocente, se a maioria do povo quer votar nele, se à luz da Constituição seus direitos políticos estão assegurados, por que razão deixaríamos de apresentá-lo como candidato? Seria fazer o jogo de seus algozes, que querem uma eleição sem Lula e pretendem com isso dar ares de normalidade democrática a uma disputa que estaria viciada pela ausência do maior líder popular brasileiro.

Não seremos nós, do PT, a entregar e desistir de nosso líder!

E para aqueles que tentam antecipar uma suposta inelegibilidade, apegando-se à “Lei da Ficha Limpa” *, observem o artigo 26 C, e os julgados judiciais com base nele. Sempre que houver plausibilidade no recurso interposto de decisão condenatória, a inelegibilidade deve ser suspensa. Recentemente, a defesa de Lula interpôs recursos ao STJ e STF contra a decisão do TRF da 4ª Região. Mesmo quem acha defensável a decisão do TRF4 reconhece que os recursos de Lula apresentam teses juridicamente plausíveis.

Sabemos da responsabilidade política e histórica que temos com o País. Por isso persistiremos na candidatura de Lula até o fim. O PT sempre soube trilhar os caminhos junto do povo, e não será nesse momento que iremos nos orientar por avaliações ditadas de fora.

Lula é muito maior que a prisão em que se encontra, como ser humano e como líder. São 30 dias de prisão e Lula continua presente no cenário político nacional. Não conseguiram tirá-lo do dia a dia do país nem naturalizar sua prisão ou torná-lo invisível.

Respeitamos e reconhecemos o direito legítimo de todas as outras candidaturas, principalmente as de esquerda e centro-esquerda, com as quais mantemos permanente diálogo. Estaremos juntos, sem dúvida, na conclusão do processo eleitoral. Mas pela experiência, pelo legado, pela expressão popular, é Lula quem conseguirá consertar os rumos do país, pacificando-o e resgatando a dignidade do povo brasileiro.

* Lei que impede que alguém seja candidato por um período de oito anos se: a) seu mandato for revogado; b) houver renúncia para evitar a cassação; ou c) for condenado por órgão colegiado, mesmo com a possibilidade de recurso.


Porque no desistimos de la candidatura Lula

Gleisi Hoffmann, senadora y presidenta nacional del Partido de los Trabajadores (PT)

Brasil 247, 8 de mayo de 2018 (en portugués)

Lula es inocente. Conocemos su vida dedicada al pueblo brasileño. Y conocemos los vicios, fallas y arbitrariedades del proceso que lo condenó. Policías, fiscales y jueces parciales actuaron con objetivos políticos, en complicidad con la Red Globo y los grandes medios, para sacar a Lula del proceso electoral. Lula fue arrestado de forma apresurada e ilegal, antes del tránsito en juzgado de la sentencia en la segunda instancia. Fue una decisión que seguramente en un futuro próximo será anulada.

Lula lleva consigo la esperanza y la confianza de la parte más expresiva del pueblo brasileño, que quiere votar en su mayor líder en octubre próximo, a pesar de la persecución y la detención arbitraria. La gran mayoría de la población sabe que la prisa en arrestarlo atendió a sus adversarios políticos, que no aceptan las victorias electorales de Lula y del PT.

Confirmamos esta percepción por medio de encuestas serias, cuantitativas y cualitativas. La mayoría de los encuestados dice que la prisión arbitraria atiende a los “grandes”, que quieren ganar más sin Lula en el gobierno. A sectores del sistema judicial que “hacen el juego de los adversarios de Lula y quieren aparecer”. Y a los medios, que “dedican demasiada atención a Lula y sólo muestran un lado”.

Los electores de Lula, que son amplia mayoría en todas las encuestas electorales, esperan que el PT y sus dirigentes hagan su defensa intransigente y garanticen la viabilidad de su candidatura, para llenar el vacío político que existiría sin él, en una elección que ocurrirá en un momento tan difícil y conturbado de la vida nacional.

La prisión de Lula no altera en nada el derecho del PT de requerir el registro de su candidatura hasta el 15 de agosto. Pase lo que pase, no hay margen legal para denegar anticipadamente su candidatura, al contrario de lo que dicen los comentaristas de Globo.

Incluso una supuesta inelegibilidad provisional puede ser revocada en cualquier momento, conforme a la ley y los antecedentes de la Justicia Electoral y de la Suprema Corte (STF, Corte Constitucional), incluso después de la elección. Y eso es lo que garantiza a Lula el derecho de ser candidato, como está en el parecer suscrito por el jurista Luiz Fernando Casagrande Pereira, especialista en derecho electoral (acceder aquí). Parecer que hasta hoy no ha sido refutado.

Si Lula es inocente, si la mayoría del pueblo quiere votar en él, si a la luz de la Constitución sus derechos políticos están asegurados, ¿por qué dejaríamos de presentarlo como candidato? Sería hacer el juego de sus verdugos, que quieren una elección sin Lula y pretenden con ello dar aires de normalidad democrática a una disputa que estaría viciada por la ausencia del mayor líder popular brasileño.

¡No seremos nosotros, del PT, a entregar y desistir de nuestro líder!

Y para aquellos que intentan anticipar una supuesta inelegibilidad, apegándose a la “Ley de la Ficha Limpia” *, observen el artículo 26 C y los juzgados judiciales con base en él. Siempre que haya plausibilidad en el recurso interpuesto contra una decisión condenatoria, la inelegibilidad debe suspenderse. Recientemente, la defensa de Lula interpuso recursos al Superior Tribunal de Justicia (STJ, Corte Federal) y al STF contra la decisión del Tribunal Regional Federal de la 4ª. Región (TRF4). Incluso quien cree defendible la decisión del TRF4 reconoce que los recursos de Lula presentan tesis jurídicamente plausibles.

Sabemos de la responsabilidad política e histórica que tenemos con el país. Por ello persistiremos en la candidatura de Lula hasta el final. El PT siempre ha sabido recorrer los caminos junto al pueblo, y no será en ese momento que nos orientaremos por evaluaciones dictadas desde fuera.

Lula es mucho más grande que la prisión en que se encuentra, como ser humano y como líder. Ya son 30 días de prisión y Lula sigue presente en el escenario político nacional. No pudieron sacarlo del día a día del país ni trivializar su prisión o hacerlo invisible.

Respetamos y reconocemos el derecho legítimo de todas las demás candidaturas, principalmente las de izquierda y centroizquierda, con las que mantenemos un diálogo permanente. Estaremos juntos, sin duda, en la conclusión del proceso electoral. Pero por la experiencia, por el legado, por la expresión popular, es Lula quien conseguirá arreglar los rumbos del país, pacificándolo y rescatando la dignidad del pueblo brasileño.

* Lei da Ficha Limpa en portugués: evita que cualquier persona sea candidata por un período de ocho años si: a) su mandato es revocado; b) renuncia para evitar la casación; o c) es condenado por un cuerpo colegiado, incluso con la posibilidad de apelar.


Why do we not let go of Lula’s candidacy

Gleisi Hoffmann, Senator and National President of the Workers’ Party (PT)

Brasil 247, 8 May 2018 (in Portuguese)

Lula is innocent. We know his life dedicated to the Brazilian people, and we know the vices, failures and arbitrariness of the process that condemned him. Police officers, prosecutors and partial judges acted with a political focus, in complicity with Globo Network and the mainstream media, to get Lula out of the electoral process. Lula was arrested in a hasty and illegal manner, before the final sentence in the second instance. It was a decision that will certainly be canceled in the near future.

Lula brings with him the hope and confidence of the most expressive part of the Brazilian people, who want to vote for their leader next October, despite persecution and arbitrary arrest. The vast majority of the population knows that the rush to arrest him has served his political opponents, who do not accept the electoral victories of Lula and PT.

We confirm this perception through serious, quantitative and qualitative polls. Most respondents say that arbitrary detention serves the “big guys,” who want to earn more without Lula in government, to sectors of the judicial system that “play the game of Lula’s opponents and want to draw attention”, and to the media, that “pays too much attention on Lula and only shows one side”.

Lula’s electorate, who is a large majority in all polls, expects PT and its leaders to make their uncompromising defense and to guarantee the viability of his candidacy, in order to fill the political void that would exist without him, in an election that will occur at a time so difficult and troubled in national life.

Lula’s arrest in no way alters PT’s right to apply for registration of his candidacy until August 15. Whatever happens, there is no legal margin for its early dismissal, contrary to what Globo’s commentators say.

Even a supposed provisional ineligibility can be revoked at any time, according to the law and the antecedents of the Electoral Justice and the Supreme Court (Constitutional Court, STF), even after the election. This is what guarantees Lula the right to be candidate, as it states an opinion subscribed by the jurist Luiz Fernando Casagrande Pereira, specialist in electoral law, which no one has refuted up to now (read here).

If Lula is innocent, if most of the people want to vote for him, if in the light of the Constitution his political rights are assured, why should we fail to present him as a candidate? It would be to play the game of their executioners, who want an election without Lula, and thus intend to show a democratic normality to a flawed dispute, due to the absence of the greatest Brazilian popular leader.

It will not be us, from the PT, to surrender and give up our leader!

In addition, for those who try to anticipate a supposed ineligibility, by adhering to the “Clean Sheet Act” *, observe Article 26 C, as well as court judgments based on it. Whenever there is plausibility in the appeal brought against conviction, ineligibility must be suspended. Recently, Lula’s defense appealed to the Federal Court (STJ) and the STF against the decision of the Regional Court of the Fourth Region (TRF4). Even those who find the TRF4 decision defensible recognize that Lula’s resources have legally plausible theses.

We know about the political and historical responsibility we have with the country. That is why we will persist in Lula’s candidacy until the end. PT has always been able to walk the paths along with people, and it will not be at this moment that we will be guided by evaluations dictated from outside.

Lula is much greater than the prison he is in, as a human being and as a leader. He has been 30 days in prison and is still present in the national political scene. They could not get him out of the country’s day-to-day life, nor trivialize his prison or make him invisible.

We respect and recognize the legitimate right of all other candidates, especially those of the left and center-left, with whom we maintain a permanent dialogue. We will undoubtedly be together at the conclusion of the electoral process. However, through experience, legacy, and popular expression, Lula will be the one able to repair the country’s course by pacifying it and rescuing the dignity of the Brazilian people.

* Lei da Ficha Limpa in Portuguese: it avoids anyone to be candidate for an eight-year period if: a) his/her mandate is revoked; b) he/she resigns in order to avoid cassation; or c) he/she is convicted by a collegiate body, even with the possibility of appeals.

PT Cast