PT manifesta pesar pela morte de Dom Angélico Sândalo Bernardino
“Dom Angélico foi uma presença firme e solidária nos momentos mais desafiadores da história do nosso país. Enfrentou com coragem a repressão da ditadura militar e esteve sempre ao lado da classe trabalhadora”
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É com profundo pesar que o Partido dos Trabalhadores e seu Setorial Inter-religioso recebem a notícia do falecimento de Dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC), uma das maiores referências da Igreja do povo e da caminhada em defesa da justiça social, dos direitos humanos e da democracia no Brasil.
Dom Angélico foi uma presença firme e solidária nos momentos mais desafiadores da história do nosso país. Enfrentou com coragem a repressão da ditadura militar e esteve sempre ao lado da classe trabalhadora na luta por direitos e dignidade. Inspirado pelo Evangelho e pelo compromisso com a justiça, assumiu com profundidade e convicção a opção preferencial pelos pobres, tornando-se uma voz profética e respeitada tanto dentro quanto fora da Igreja.
Fiel amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dom Angélico esteve ao seu lado nos momentos mais difíceis, incluindo a prisão injusta e arbitrária a que Lula foi submetido, sempre elevando sua voz em defesa da verdade, da justiça e da democracia. Sua coragem e solidariedade permanecerão vivas na memória de todos que lutam por um Brasil mais justo. Esteve presente também nos momentos de celebração, como no casamento do presidente com a primeira-dama Janja, compartilhando a alegria com o mesmo carinho com que enfrentava as dores do povo. Dom Angélico era um amigo de todas as horas.
Dom Angélico sempre foi uma liderança de escuta, diálogo e presença generosa. Amigo de Mário Covas, apoiou, no final dos anos 1970, as greves no ABC que impulsionaram a liderança de Lula e ajudaram a pavimentar o caminho para a criação do Partido dos Trabalhadores. Seu maior legado está na formação de homens e mulheres que, inspirados pela fé, dedicaram-se à construção da democracia e seguem, até hoje, na luta por direitos e justiça social. Desde o início, compreendeu a importância de uma organização política que nascesse das experiências concretas do povo e dos movimentos populares. Participou ativamente das lutas por moradia, saúde e dignidade nas periferias de São Paulo, das comunidades de base às mobilizações sindicais, sempre com coragem e coerência.
Seu papel na Pastoral Operária, sua atuação nas regiões mais empobrecidas da capital paulista e sua postura firme durante a ditadura militar fizeram dele um símbolo da Igreja comprometida com os que mais sofrem, e um aliado imprescindível na caminhada do povo brasileiro por justiça e liberdade.
Dom Angélico nos deixa um legado profundo de fé, coragem e compromisso com os mais pobres e com a justiça. Às irmãs e irmãos da Diocese de Blumenau, em Santa Catarina, estendemos nossa mais sincera solidariedade, que também abraça seus amigos, familiares e toda a comunidade católica do Brasil, que hoje se despede de um de seus grandes pastores.
Setorial Nacional Inter-religioso do PT