Secretaria Sindical do PT divulga nota em apoio à greve dos bancários
Essa luta não é apenas dos/as bancários/as. É de toda a classe trabalhadora, pois, ela é reflexo de uma conjuntura golpista de reinserção do país no derrotado projeto neoliberal
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A Secretaria Sindical Nacional do PT divulgou nota em apoio à greve dos bancários por aumento real de salário. No documento, a SSN lembra que a luta dos bancários é de toda a classe trabalhadora que deve resistir ao projeto neoliberal encampado pelo governo golpista comandado por Michel Temer.
Leia abaixo a íntegra da nota:
Nenhuma conquista a menos
Todo apoio à luta dos bancários por aumento real de salário
Os/as trabalhadores/as e as forças progressistas estão travando nas ruas a batalha que definirá os rumos da democracia no país e o tamanho do retrocesso que o governo golpista será capaz de impor ao povo brasileiro. É um confronto que está sendo disputado em várias frentes.
Como o Partido dos Trabalhadores vinha advertindo, o golpe parlamentar-jurídico-midiático foi dirigido principalmente contra os/as trabalhadores/as e contra os avanços sociais dos últimos quatro governos populares, que tiraram mais de 40 milhões de brasileiros da miséria e promoveram a maior inclusão social de nossa história. O povo está pagando o pato do golpe!
Este golpe também foi contra a política externa soberana implementada no primeiro governo Lula, que começou com o fortalecimento do Mercosul e passou pela criação dos Brics, dando ao Brasil uma projeção e respeitabilidade internacionais nunca antes alcançadas – e que está sendo desmontada pelas eternas forças subservientes ao grande império.
No Congresso Nacional há tramitando, segundo o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), 55 iniciativas parlamentares de interesse do patronato retirando direitos trabalhistas (que vão da liberação total das terceirizações à preponderância do negociado sobre o legislado) ou anulando avanços sociais e civis, como o fim da exclusividade da Petrobrás na exploração do pré-sal e a volta do regime de concessão, privatização das empresas públicas, independência do Banco Central, implantação do Estatuto da Família etc.
Confira aqui a lista das 55 ameaças.
Para voltar a crescer e gerar inclusão social, o Brasil necessita de ação afirmativa de um Estado forte e indutor do desenvolvimento e de uma reforma tributária e fiscal progressiva na arrecadação e redistributiva nos gastos, com aumento de impostos sobre as rendas elevadas, o capital e o patrimônio e diminuição relativa da tributação sobre o consumo.
O ilegítimo governo do usurpador Temer está invertendo o projeto aprovado nas urnas nas últimas quatro eleições presidenciais.
Para saldar seu compromisso com o grande capital que sustentou o golpe e lhe entregou a presidência, Temer promove um ajuste fiscal que aprofundará a crise e o desemprego e tenta impor a ferro e fogo a volta do velho neoliberalismo dos governos FHC.
A PEC 241/16, encaminhada pelo governo ao Congresso, se aprovada vai alterar o papel do Estado brasileiro ao determinar que a expansão do gasto público não-financeiro nos próximos 20 anos não poderá ser superior à inflação.
Significa que haverá cortes nos orçamentos da saúde e da educação (hoje de cerca de 4% do orçamento cada pasta) e da assistência social (3% do orçamento).
Em contrapartida, com a Taxa Selic nas alturas, o Brasil deve distribuir aos rentistas este ano cerca de R$ 1,3 trilhão (47% do orçamento da União) em forma de pagamento de juros e amortizações da dívida pública.
A concentração da riqueza voltará a crescer.
Por isso centenas de milhares de pessoas saíram às ruas nas últimas semanas para exigir Fora Temer e diretas já!
Com a palavra de ordem “nenhum direito a menos”, a CUT, demais centrais sindicais e os movimentos sociais promoverão no dia 22 de setembro o Dia Nacional de Mobilização com paralisações, passeatas e marchas em todos os estados.
Outra frente de batalha em defesa dos direitos e conquistas dos trabalhadores está sendo travada pelas categorias profissionais que estão em campanha salarial, entre eles bancários, petroleiros e funcionários dos Correios.
Mesmo com os lucros batendo recordes sucessivos, os bancos jogam duro para retroceder às suas políticas da década de 1990, de reduzir salários e substituir remuneração fixa por abonos e remuneração flexível.
Mas os/as bancários/as resistem a essa tentativa de retrocesso e estão em greve em todo o país lutando por aumento real de salário, valorização do piso salarial, melhores condições de trabalho, mais saúde e igualdade de oportunidades.
Essa luta não é apenas dos/as bancários/as. É de toda a classe trabalhadora, pois, ela é reflexo de uma conjuntura golpista de reinserção do país no derrotado projeto neoliberal. Estamos vivenciando mais um capitulo do retrocesso!.
Se estes/as trabalhadores/as perderem essa batalha, o patronato terá um trunfo para impor essa mesma política de redução salarial a outras categorias.
Por isso, é muito importante que todos os trabalhadores e trabalhadoras, a CUT e as demais centrais sindicais se mobilizem em apoio aos bancários, bem como, sigam atentos e mobilizados para a greve geral!
Nenhuma conquista a menos.
Indalecio Wanderley Silva
Secretário Sindical Nacional do PT