Bolsa Família representa avanço no modo de fazer política

A análise foi feita pelo antropólogo José Luiz Laguens. Ele expôs sua pesquisa sobre práticas e crenças da política brasileira na Vigília Lula Livre

Joka Madruga/Agência PT

Antropólogo do Museu nacional da UFRJ, José Luiz Laguens

Nesta quinta-feira (22) os militantes em resistência na Vigília Lula livre receberam roda de conversa sobre hábitos da política brasileira, com o antropólogo do Museu nacional da UFRJ, José Luiz Laguens, doutor em Antropologia da Política pela instituição.

Mestre em Gestão Pública pela UFRGS, ele explica que a antropologia com estudo da política se preocupa mais com o foco no fazer política como ela é, e não como deveria ser, no caso do estudo sobre filosofia política.

Seu campo de pesquisa para o doutorado foi uma cidade no interior da Bahia. Em suas observações, apontou que o fazer política de uma maneira geral se dá por um conjunto de relações. “A política envolve vida pessoal, principalmente nesses lugares pequeno”, explicou.

Relações de poder e programas sociais

Segundo resultados da pesquisa, o político local vira uma figura de referência por meio da qual se estabelecem vínculos diversos. No entanto, essa realidade não fica assim tão distante de políticas institucionalizadas que estabelecem vínculos com a população por meio de representantes, como é o caso do orçamento participativo que, por meio dos líderes de localidades menores, fazem a ponte entre o eleitorado e a política institucional, mesmo que horizontalizada.

“É preciso fiscalizar sempre e lembrar que os abusos vindos de relações que se concretizam na política não são exclusividade da esfera pública. A iniciativa privada também tem casos de corrupção latentes e urgentes. É preciso recolocar essa discussão por se tratar de um problema de toda a sociedade”, ressaltou.

Entretanto, alguns programas governamentais de base algumas vezes sabotavam alguns laços, como o Bolsa Família, por exemplo. “Vi casos em que o candidato dizia que o Bolsa Família tinha prejudicado seu modo de fazer política, por que quando ele podia estabelecer relações com as pessoas por meio de um remédio ou algo mais barato, ele encontrava meios de se colocar na vida das pessoas. Depois do programa, isso ficou mais difícil porque os meios de se relacionar com os cidadãos nesse sentido mais pessoal ficaram mais caros”, explicou o professor, que enxerga no programa um avanço não só para o brasileiro, mas também para o modo de se fazer política no Brasil e ressalta que manter Lula como preso político é revogar a democracia.

Por Brasil de Fato

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