Bolsonaro ameaça a democracia. “Luz vermelha acendeu”, alerta Verri

O líder do PT na Câmara, deputado Enio Verri (PR), chama a atenção de parlamentares e do povo brasileiro para a gravidade das declarações do presidente Jair Bolsonaro, e de seu filho, Eduardo, ditas esta semana. As ameaças de ruptura democrática feitas por ambos acendem uma “luz vermelha” a todos que acreditam e defendem o regime democrático.

“As declarações não só do presidente – como de seu filho  Eduardo – dizendo que não é ‘se’, mas ‘quando’ vai ocorrer essa ruptura, assim como a declaração do General Heleno ameaçando a democracia, acende uma luz vermelha para o povo brasileiro, para os democratas do país”, alerta o líder petista.

Verri diz que, se não bastasse o Brasil ver o presidente fazer uso de linguagem chula, incentivar o uso de armas, defender a violência como instrumento de liberdade, agora a população é ameaçada de ver a ordem democrática desaparecer. “Eu nunca vi isso, a não ser no fascismo”, destaca.

Enio Verri ressalta que um chefe de Estado não pode desrespeitar seu povo, com um discurso contra a democracia, em favor da ditadura, e defender torturadores. O líder adverte que Bolsonaro não respeita direitos humanos, nem minorias e nega a ciência e a história.  “Não vamos admitir que se desrespeite a Constituição”, declarou. “Vamos defender com unhas e dentes aquilo que a população construiu a duras penas, que é respeito a uma República que tem Três Poderes — o Executivo, o Legislativo e o Judiciário —, que representam muito bem o conjunto da população”.

Ele criticou a conduta do presidente no trato com a institucionalidade. Para o parlamentar, os poderes constituídos não podem atender a “interesses pessoais” de Bolsonaro. O parlamentar lembrou que a Constituição não está a serviço do chefe do Executivo,“mas acima do presidente da República”.

O líder petista conclamou a todos para defender o país dos rompantes antidemocráticos de Bolsonaro. Na opinião de Verri, é preciso exigir de todos, sem cor partidária ou orientação política, os movimentos sociais, a Igreja. “Temos que nos desafiar a lutar e garantir a democracia no Brasil”, alerta.

“Precisamos, juntos, mostrar que há uma união neste país para que neste momento a prioridade seja enfrentar essa pandemia que mata brasileiros, garantir a comida para o nosso povo, apresentar e executar projetos que façam nosso país olhar para frente e olhar com esperança para um futuro melhor”, diz.

Impeachment

Na opinião de Enio Verri, a forma como Bolsonaro trata a população, com desdém, desmandos e descasos, descumprindo leis, sem nenhuma intenção de transformar o Brasil em uma nação desenvolvida, é o motivo da existência de mais de 36 pedidos de impeachment protocolados na Câmara dos Deputados.

“Por que será que representantes de partidos de vieses ideológicos tão distintos apresentaram pedidos de impeachment? Por que setores tão distintos da sociedade pedem o impeachment do presidente?”, questiona, para responder: “Porque hoje estamos construindo um consenso: o Brasil não suporta mais esse presidente. O povo não suporta mais esse presidente”.

Do PT na Câmara