Bolsonaro deve responder na Justiça por crime de racismo contra indígenas

A líder indígena Sônia Guajajara publicou nas redes sociais que é preciso “dar um basta” nas falas preconceituosas do presidente

Gustavo Bezerra

Índios

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) anunciou que vai à Justiça contra o presidente Jair Bolsonaro por crime de racismo. A líder indígena Sônia Guajajara publicou nas redes sociais que é preciso “dar um basta” nas falas preconceituosas do presidente.

“A Apib entrará na Justiça contra Jair Bolsonaro por crime de racismo. Nós, povos indígenas, originários desta terra, exigimos respeito! Bolsonaro mais uma vez rasga a Constituição ao negar nossa existência enquanto seres humanos. É preciso dar um basta a esse perverso! ”, publicou a líder indígena.

A fala de Bolsonaro provocou manifestações dos parlamentares da Bancada do PT na Câmara em suas redes sociais. Para o deputado Odair Cunha (PT-MG) os indígenas não merecem Bolsonaro como presidente. “Cada dia, Bolsonaro fala mais uma atrocidade que ofende um grupo diferente do País. Nossos povos indígenas não merecem o presidente que temos”. Já o deputado José Guimarães (PT-CE) afirmou que Bolsonaro vai responder na justiça. “Responderá na justiça!”, enfatizou.

Para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), Bolsonaro é quem não atingiu nível civilizatório. “Nossas nações indígenas deveriam se orgulhar de não serem comparadas a Bolsonaro. Ele ainda não atingiu um patamar civilizatório”, afirmou em sua conta no Twitter.

O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) ironizou sugerindo que alguém avise o presidente que os índios sempre foram seres humanos. “É verdade que nunca foram seres humanos como Bolsonaro, dotados de preconceito e soberba. O presidente precisa aprender logo a respeitar quem pensa diferente dele”, reforçou.

E o deputado Afonso Florence (PT-BA) enfatizou que o presidente é incorrigível. “Bolsonaro é incorrigível! Os que o apoiam entrarão para a história como cúmplices do presidente que defende tortura, milícias e destrói o Estado de bem-estar social”.

Em uma transmissão via redes sociais realizada ontem, o presidente falou a respeito da criação do Conselho da Amazônia e afirmou que, cada vez mais, o “índio está evoluindo” e se tornando um “ser humano igual a nós”. “Com toda a certeza, o índio mudou. Está evoluindo. Cada vez mais o índio é um ser humano igual a nós. Então, fazer com que o índio cada vez mais se integre à sociedade e seja realmente dono da sua terra indígena. É isso que nós queremos aqui”, disse Bolsonaro.

Visão Primitiva

 

A deputada Erika Kokay (PT-DF) afirmou que a visão do presidente em relação aos indígenas é colonialista e medieval, criando uma de hierarquia entre os povos da floresta e as pessoas da cidade. “Esse conceito atrasado é o que justifica o genocídio e o epistemicídio indígena”, disse ela.

“A fala de Bolsonaro demonstra que ignora fatos simples. Categoriza as sociedades indígenas como primitiva/arcaicas pelo fato deles não se dividirem em dominantes e dominados. Lhes aponta o que ‘falta’, pois são essencialmente igualitárias. Recusam qualquer força transcendente que imponha a produção de excedentes visando o enriquecimento de um pequeno grupo. Daí seu ódio e desprezo. Os índios nos mostram seu projeto de governo”, afirmou o deputado Alexandre Padilha (PT-SP).

Por PT na Câmara com Rede Brasil Atual

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