Bolsonaro nega reajuste da merenda escolar. Criança não precisa comer?
Reajuste do valor repassado a estados e municípios não é atualizado desde 2017. Mesmo assim, Jair Bolsonaro veta aumento aprovado pelo Congresso Nacional e diz que reajuste “contraria interesse público”
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Não é novidade que Bolsonaro vira as costas, diariamente, para o povo brasileiro. Sempre contrário a avanços na educação e ao que é essencial para a dignidade da população, ele vetou, na quarta-feira (10), o reajuste do valor da merenda escolar que o Congresso Nacional tinha aprovado.
Mesmo diante de uma inflação dos alimentos que beira os 15%, Bolsonaro tirou da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023 a atualização dos valores a serem repassados pelo governo federal aos estados e municípios. Detalhe: esses valores não são corrigidos desde 2017. Assim, o ex-capitão quer terminar o mandato sem fazer uma só correção.
Bolsonaro é tão cruel que vetou o reajuste da alimentação escolar mesmo com essa carestia toda. É inimigo da educação, do povo. BOLSONARO SAI DEMOCRACIA FICA
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) August 11, 2022
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) atende 41 milhões de crianças e adolescentes matriculados no ensino público do país. O governo federal repassa para Prefeituras e governos estaduais R$ 0,36 por dia, para cada estudante matriculado no ensino fundamental e médio, e R$ 0,53 para cada criança na pré-escola. O valor só ultrapassa R$ 1 para os horários escolares estendidos.
O texto da LDO aprovado pelo Congresso previa o reajuste com base na inflação, o que é urgente. Somente em 2021, o orçamento foi reduzido de R$ 4,06 bilhões para R$ 3,96 bilhões.
Bolsonaro é inimigo do povo. Enquanto milhares de famílias passam fome e vivem em insegurança alimentar, ele vetou a ampliação dos recursos para a merenda escolar. Esse governo está condenando crianças à subnutrição.
— Emidio de Souza (@EmidioDeSouza_) August 10, 2022
Mapa da Fome
Com a gravidade diante da carestia dos alimentos e do desemprego, muitas famílias pobres contam com a merenda escolar para que seus filhos se alimentem. Sem recursos, porém, as escolas passam a oferecer refeições cada vez menos saudáveis ou chegam até a ficar sem ter o que servir.
Mas Bolsonaro afirma que o reajuste na merenda escolar “contraria o interesse público”, pois resultaria em “um aumento na rigidez orçamentária” e “oneraria” os demais orçamentos do Ministério da Educação e demais órgãos da União.
Foi com esse descaso pela alimentação da população que Bolsonaro levou o Brasil de volta ao Mapa da Fome e deixou que 33 milhões de brasileiros e brasileiras passem fome hoje.
A coordenadora do Setorial Nacional de Segurança Alimentar do PT, Adriana Aranha, critica o governo de Bolsonaro na reprovação do aumento no repasse de recursos para as escolas do país.
Ouça a Adriana Aranha:
Ataque no combate à fome e à pobreza
A coordenadora do Setorial Nacional de Educação do Partido dos Trabalhadores (PT), Teresa Leitão, alerta para o sufocamento dos governantes de estados e municípios, que serão atingidos com a falta de repasse corrigido diante da inflação descontrolada da gestão de Guedes.
“Em tempos de insegurança alimentar, promovida pelo governo Bolsonaro, este veto é um ataque no combate à fome e à pobreza. Vai sufocar ainda mais os municípios e os estados, enquanto beneficia o orçamento secreto”.
O #DiaDoEstudante do governo Bolsonaro é com veto ao aumento do recurso da merenda escolar, congelado desde 2017. A qualidade da refeição nas escolas públicas, muitas vezes a única do dia para muitos, está cada vez pior. Fora Bolsonaro, inimigo da educação e governante da fome!
— Natália Bonavides ❤️? (@natbonavides) August 11, 2022
Da Redação