Fora do Mapa da Fome, Brasil debate agora avanços para alimentação saudável
A presidenta Dilma Rousseff participa da abertura da 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que discutirá os avanços e os obstáculos para o País atingir um padrão adequado e saudável de alimentação
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A presidenta Dilma Rousseff participa na tarde desta terça-feira (3) da abertura da 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que reunirá em Brasília mais de dois mil representantes de todos os estados para discutir os avanços e os obstáculos para o País atingir um padrão adequado e saudável de alimentação, caminho para conquistar a soberania alimentar.
De acordo com o Conselho de Segurança Alimentar (Consea), é verdade que o Brasil comemora sua saída do Mapa da Fome, mas alerta que muitos brasileiros e brasileiras entraram no Mapa da Obesidade.
Dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), indicam que 52,5% da população está acima do peso e 17,9% estão obesos. Foram realizadas 41 mil entrevistas por telefone em todos os estados.
A pesquisa mostra uma linha ascendente do sobrepeso. Se em 2006 cerca de 42,6% dos brasileiros estavam acima do peso, em 2013 esse percentual bateu 50,8% e em 2014 chegou a 52,5%. Quanto à obesidade, em 2006 o índice estava em 11,8%, mas chegou a 17,5% em 2013 e a 17,9% em 2014.
O Ministério da Saúde destaca que o excesso de peso é um fator de risco para doenças crônicas do coração, hipertensão, diabetes. Essas doenças são responsáveis por 78% dos óbitos no País.
Do total de entrevistados, 20% afirmaram ter diagnóstico médico de colesterol elevado – e o dado que deve ser observado com atenção é o seguinte: entre as mulheres o índice é de 22%, acima, portanto, dos 17,6% entre os homens. A doença se torna mais comum com a idade e entre as pessoas de menor escolaridade.
O encontro que começa hoje e termina dia 6 terá como tema “Comida de verdade no campo e na cidade: por direitos e soberania alimentar” e acontecerá no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
As representações dos estados são formadas pela sociedade civil, indígenas, quilombolas, população negra, povos de terreiro, outros povos, comunidades tradicionais e população em geral, além de convidados nacionais e internacionais.
A 5º Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CNSAN) ocorre quase dez anos depois da promulgação da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional e após 5 anos da publicação da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Decreto nº 7.272/2010).
Desde 2003, segundo o documento de referência, com a recriação do Consea Nacional e com a inclusão do combate à fome como eixo estratégico da atuação governamental, muitos passos foram dados para fortalecer uma política de Estado para a segurança alimentar e nutricional (SAN)
A consagração da alimentação como direito básico previsto na Constituição Federal (CF) significou o reconhecimento da SAN como direito de todas e todos, responsabilizando o Estado pela sua garantia e demandando da sociedade efetivo engajamento.
A saída do Brasil do Mapa Mundial da Fome, em 2014, e a melhoria de vários indicadores nos últimos anos, tais como, a redução significativa da pobreza, extrema pobreza e da desigualdade e a melhoria nos índices de segurança alimentar e nutricional são resultados da implementação de um conjunto de políticas voltadas para a garantia de alimentação adequada e saudável.
Estes avanços são ainda mais expressivos pelo fato de terem sido desenvolvidos em um ambiente político institucional marcado pelo constante diálogo e negociação entre governo e sociedade civil.
Do PT no Senado, com informações da Assessoria de Comunicação do Consea