Brasil vai ocupar a Presidência do G20 pela primeira vez após cúpula na Índia

Presidente Lula participa da conferência que reúne as principais economias do mundo em Nova Delhi nos dias 9 e 10 de setembro

Ricardo Stuckert

Presidência do G20 será transmitida simbolicamente ao Brasil pelo primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou para Nova Delhi, capital da Índia, para a 18ª Cúpula de chefes de Estado e governo do G20, o grupo que reúne 19 das principais economias do mundo e a União Europeia, que acontece neste final de semana, 9 e 10. Na ocasião, o Brasil receberá pela primeira vez a Presidência do G20.

O mandato brasileiro será exercido de 1º de dezembro de 2023 até 30 de novembro de 2024. Como país ocupante da Presidência, o Brasil será responsável por organizar a próxima cúpula, que deve ocorrer em novembro de 2024, no Rio de Janeiro.

Durante a viagem à Índia, o presidente Lula vai participar de três reuniões de trabalho do G20 e deve receber líderes de outras nações para reuniões bilaterais. Ele fará o último discurso da cúpula, na tarde do dia 10, após receber simbolicamente a Presidência, que será entregue pelo primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.

Em um briefing para a imprensa na quarta-feira, 30/8, o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores (MRE), detalhou as expectativas para a cúpula e as prioridades para a Presidência brasileira em 2024. Ele atua como ‘sherpa’ (representante do chefe de governo) do Brasil no G20.

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“O presidente apresentará no seu discurso as prioridades brasileiras, mas ele já tem antecipado alguns dos temas que serão muito caros à Presidência brasileira. Em uma entrevista na semana passada, ele mencionou o combate às desigualdades, não só na área social, mas desigualdade entre países, de acesso a recursos, e sobretudo em áreas como combate à fome, combate à pobreza, a agenda social de maneira geral”, afirmou o embaixador.

Programação

No sábado, 9/9, está prevista a participação do presidente Lula em duas reuniões temáticas do G20. Das 10h30 às 13h30 (hora local), será realizado o painel “Um Planeta”, que falará de desenvolvimento sustentável, transição energética, mudanças climáticas, preservação ambiental e emissões de carbono.

Entre 13h30 e 15h, o presidente deverá ter reuniões bilaterais com outros líderes presentes, em uma programação ainda a ser definida. Das 15h às 16h45, ocorre a segunda sessão de debates do G20, com o painel “Uma Família”, cujos temas serão: crescimento inclusivo, progresso nos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), educação, saúde, e desenvolvimento liderado por mulheres.

No domingo, 10/9, acontece a terceira sessão da cúpula, com início previsto para as 10h30. Intitulada “Um Futuro”, o painel terá como temas transformações tecnológicas, infraestrutura pública digital, reformas multilaterais e o futuro do trabalho e emprego.

Após essa sessão, haverá a cerimônia de transferência da Presidência do G20. O primeiro-ministro indiano Narendra Modi e o presidente Lula irão falar sobre a Presidência da Índia em 2023 e as expectativas para a do Brasil em 2024.

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Sobre o G20

O grupo é formado por 19 países dos 5 continentes, mais a União Europeia, unindo nações consideradas desenvolvidas e em desenvolvimento. Fazem parte: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia.

Nove outros países foram convidados para a cúpula: Bangladesh, Egito, Emirados Árabes, Espanha, Ilhas Maurício, Nigéria, Omã, Países Baixos e Singapura. Vários organismos internacionais são convidados fixos nas cúpulas do G20: ONU, FMI, Banco Mundial, OMS, OMC, OIT, OCDE, União Africana, Agência de Desenvolvimento da União Africana (AUDA-NEPAD) e Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

O grupo responde conjuntamente por cerca de 80% do PIB mundial e 75% do comércio internacional, além de dois terços da população e 60% do território do planeta.

Do site do Planalto

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