Câmara debate impactos da Indústria 4.0 no mundo do trabalho
Deputado Carlos Veras, que solicitou audiência pública, alerta para a importância de incluir a classe trabalhadora no processo já chamado de 4ª Revolução Industrial
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Máquinas conectadas à internet que interagem entre si e são capazes de operar, tomar decisões e corrigir processos de forma quase autônoma, com pouca (ou nenhuma) interferência humana. “Os impactos da Indústria 4.0 no mundo de trabalho” será tema de debate na Câmara dos Deputados, no próximo dia 10. “Fala-se muito em conceitos, novas tecnologias, alta produtividade, mas pouco sobre os efeitos da indústria 4.0 no emprego e na vida das trabalhadoras e dos trabalhadores”, explica o deputado federal, Carlos Veras (PT/PE), que solicitou a audiência pública.
A inciativa tem como objetivo incluir a classe trabalhadora nesse processo, também chamado de 4ª Revolução Industrial ou manufatura avançada. “Precisamos, a partir do diálogo com especialistas, governos, empresas, movimentos sociais, construir propostas para perceber a classe trabalhadora nessa nova realidade”, completa Veras.
As principais finalidades da Indústria 4.0 é aumentar a produtividade e a competitividade entre as grandes corporações. “A consequência é que a Indústria 4.0 vai desempregar, ou seja, excluir uma parcela muito grande da população trabalhadora como resultado da introdução da inteligência artificial, da internet das coisas, da impressão 3D, do Big Data e de todos esses processos informacionais digitais”, alerta o professor Ricardo Antunes, da Unicamp, estudioso do tema.
Para o professor Clemente Ganz, da Escola Dieese de Ciências do Trabalho, os trabalhadores devem disputar a regulação da inovação e incidir sobre a distribuição dos resultados em múltiplas dimensões: laborais, saúde, educação, transporte público, habitação, etc. “Eles sofrem os impactos (das mudanças nas relações de trabalho), algumas vezes, sem saber direito as causas”, complementa.
Ricardo Antunes e Clemente Ganz serão os expositores do evento, que contará com a participação de várias entidades sindicais.
Saiba mais:
Em 2011, na Feira de Hannover, o governo alemão apresentou um conjunto de estratégias baseadas em tecnologias de comunicação e informação que, incorporadas ao ambiente de produção, constituem as chamadas “fábricas inteligentes”, capazes de transformar a organização das cadeias de valor globais.
Diferentemente das revoluções anteriores, a 4ª Revolução Industrial está sendo examinada antes de se consolidar, portanto o trabalhador e a trabalhadora devem ser os principais atores desse processo, visto que estão no meio de um conjunto de inovações que afetarão de forma profunda suas vidas e empregos.
As três primeiras revoluções trouxeram a produção em massa, as linhas de montagem, a eletricidade e a tecnologia da informação.
Serviço:
Audiência pública: “Os impactos da Indústria 4.0 no mundo do trabalho”
Data: 10/9
Horário: 14h
Local: Comissão de Trabalho, Plenário 12, Anexo II
Câmara dos Deputados, Brasília (DF)
Informações: 9 8164-3174 (Mariana)
Por Ascom Carlos Veras