Celso Amorim: Política externa do PT incomodou imperialistas

Ex-ministro das Relações Exteriores falou aos militantes da Vigília Lula Livre  Curitiba nesta quinta-feira (12), dia em que visita o ex-presidente

Joka Madruga/Agência PT

Celso Amorim na Vigília Lula Livre

A política externa ativa e altiva do Brasil nos governos do PT incomodou forças imperialistas internacionais e parte da elite nacional, que passaram a atacar  democracia para derrubar a soberania no País. A avaliação é de Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores nos governos Lula. Ele vai visitar o ex presidente hoje à tarde e pela manhã falou aos militantes da Vigília Lula Livre.

“Vim visitar o presidente Lula e achei importante falar a quem está aqui dando esse importante apoio afetivo a ele. Especialmente depois do que aconteceu domingo, a presença de vocês aqui é muito importante”, disse Amorim. Ele apontou a ligação entre democracia e soberania. “Sem soberania não há democracia. Se o país é vassalo, a pessoa é vassala, mesmo que não perceba”, explicou.

Segundo Amorim, a prisão de Lula se deve unicamente ao fato de que ele representa os ideais de independência nacional. “Ninguém encarna essa visão de democracia e soberania melhor que Lula. Por isso ele está sendo perseguido”, afirmou.

Amorim lembrou das iniciativas na política externa que projetaram o Brasil no cenário internacional. “Nos governos Lula, não só a vida do povo melhorou, como o Brasil ascendeu internacionalmente. No primeiro ano do mandato, Lula recebeu todos os presidentes da América Latina e dobrou o número de embaixadas na África”, apontou.

A presença internacional forte e as descobertas de reservas de petróleo assustaram os que estavam acostumados a ver o Brasil como seu quintal, de acordo com Amorim. “Criamos os Brics, como uma potência que cria alternativa ao G7, que mandava no mundo. O Brasil estava no centro das articulações. Tudo issso fez do Brasil um ator importante no mundo”,  afirmou.

Celso Amorim atribui parte das articulações golpistas a brasileiros, mas concentrou sua análise no aspecto internacional. “Fala-se que nossa elite não tem patriotismo, e isso é verdade, mas não dá para desconsiderar a conjuntura internacional nos dois golpes, primeiro  com o afastamento de Dilma do poder e deppis com a prisão de Lula para tira-lo das eleições”, comentou Amorim.

O episódio em que Lula foi chamado de “o cara” por Barack Obama ganhou uma interpretação nova por Amorim. “Quando Obama disse que Lula era o cara era um elogio, mas tinha ali também um dedo de Judas apontando o cara a ser abatido”, disse. “É uma luta difícil, mas não perdemos a esperança e vamos vencer”, afirmou.

Por Luis Lomba da Agência PT de Notícias

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