“Centrão de hoje é mais reacionário que o de 88”, diz Lula para UJS

Em congresso da União da Juventude Socialista, em São Paulo, ex-presidente pediu que população pressione os senadores para votar contra o golpe à Dilma

(foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula)

Na noite de sexta (29), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do 18º Congresso da União da Juventude Socialista (UJS), na Faculdade Zumbi dos Palmares, na capital paulista.

Diversas personalidades dividiram o palco com o ex-presidente, como Fernando Haddad, prefeito de São Paulo; Vagner Freitas, presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores; Eduardo Suplicy, ex-senador; Luciana Santos, presidenta do PCdoB; Orlando Silva, deputado federal; Nádia Campeão, vice-prefeita de São Paulo,; Manuela D’Ávila, deputada federal; e Carina Vitral, presidenta da UNE (União Nacional dos Estudantes), além de dezenas de jovens.

Em seu discurso, Lula lembrou da longevidade de sua relação com a UJS e do papel da entidade na formulação e execução das políticas educacionais dos governos do PT.

“Alguns de vocês nem tinham nascido ainda e nós já estávamos juntos”, disse Lula, referindo-se à União da Juventude Socialista, que apoia o ex-presidente desde 1989.

“A UJS e a UNE têm muita importância na minha vida política. Sou do PT, mas tenho uma ligação muito forte com o PCdoB. Sonho em fazer uma frente ampla como a do Uruguai”.

“Sou grato, porque não teríamos feito tudo o que fizemos na educação se não fosse por vocês. Enfrentaram reitorias e uma direita radicalizada que não queria que pobre entrasse na universidade. Com o Prouni o preconceito era contra colocar pobre e negro na universidade junto dos filhinhos de papai”.

Golpe é vingança
O ex-presidente também falou sobre a votação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff no Senado. “O golpe que estamos vivendo não é um golpe militar, é um golpe parlamentar”. Lula afirmou que o processo de impedimento de Dilma foi uma “vingança” de Eduardo Cunha, motivado pela iniciativa do PT em votar em sua cassação no Conselho de Ética da Câmara.

“O centrão de hoje é muito mais reacionário do que o da Constituinte”, afirmou.

“Nossos gritos não ressoam em Brasília, porque a mídia não divulga. Precisamos coagir essa gente politicamente. Através do celular, de todos os instrumentos, se o senador tem noção do significado do gesto que ele vai fazer. Eles precisam perceber que estão cometendo um crime antidemocrático”

“O Temer é constitucionalista, um advogado, e sabe que o julgamento é politico. Eles não querem ter que disputar a eleição. O que eles não percebem é que o que estão fazendo é uma vergonha”.

“Já que a gente não pode gritar e fazer passeata toda hora, vamos ‘zapear’! Vamos encher o saco deles! Encha o saco do senador do seu estado como ele encheu seu saco pedindo voto”.

Nós provamos que era possível promover um novo paradigma. Nós fizemos tudo? Não. Fizemos a maior revolução na educação deste país. Colocamos mais gente na universidade em 13 anos do que eles, construímos mais escolas técnicas e universidades do que eles”.

“Por isso, vocês são importantes. É preciso avançar muito na questão da igualdade racial”.

“Precisamos que vocês continuem lutando. É preciso acabar com a violência contra a juventude negra na periferia”.

“É preciso discutir os temas difíceis, tabu! Se é homossexual, transsexual, o que for. Saiam do armário!”.

“Acabou essa história de proibir as coisas e esconder as coisas. A única coisa que a gente pode fazer pra vocês é dar licença para vocês construírem o mundo do futuro”.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Instituto Lula

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