Cida Gonçalves abre a Primeira Reunião Ministerial do GT de Mulheres do G20

Ministra das Mulheres discursou no evento, em uma semana marcada por encontros entre ministras e ministros de políticas para mulheres dos países-membros e convidados do G20

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Reunião do Grupo de Trabalho de Empoderamento de Mulheres do G20

Foi realizada nesta sexta-feira (11) a Primeira Reunião Ministerial do Grupo de Trabalho de Empoderamento de Mulheres do G20Em seu discurso de abertura, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, falou sobre a honra de presidir, em nome do Brasil e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira reunião ministerial do GT Empoderamento de Mulheres. “Esse encontro marca um ano intenso de construções, diálogos e negociações sobre a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres com as maiores e mais importantes economias do mundo”, afirmou.

A ministra discorreu sobre os três temas debatidos pelo GT ao longo do ano – autonomia econômica das mulheres, ação climática e enfrentamento a todas as formas de violência e à misoginia – e enfatizou como as mulheres mais pobres são as principais afetadas pelas discriminações e desigualdades em todo o mundo. 

“Temos a expectativa de que nossas discussões resultem em uma visão de futuro em que as mulheres sejam vistas como protagonistas do desenvolvimento sustentável, da inovação, da paz e da prosperidade global”, declarou.

Outro ponto de destaque na fala de Gonçalves foi a atuação do GT pela transversalidade para que outros grupos incluíssem o tema de gênero em suas declarações ministeriais ou reuniões de trabalho. Alguns grupos citados foram o de Trabalho, de Transição Energética, Comércio e Investimentos e Redução de Riscos e Desastres, além da iniciativa de Bioeconomia e o evento inédito realizado pela Trilha de Finanças para debater o empoderamento de mulheres.

Participaram da abertura da reunião ministerial a primeira-dama, Janja Lula da Silva, as ministras da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, e da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Semana de trabalhos 

Dando sequência aos trabalhos desenvolvidos no Grupo de Trabalho de Empoderamento de Mulheres (EWWG, em inglês), o Ministério das Mulheres realizou, nesta semana, uma série de encontros e reuniões entre ministras e ministros de políticas para mulheres dos países membros e convidados do G20. 

Entre terça e quarta-feira foi realizada a 4ª Reunião Técnica do GT. Na oportunidade, houve a apresentação das pesquisas realizadas pelo EWWG em parceria com os organismos internacionais Organização Internacional do Trabalho (OIT), Unesco e ONU Mulheres. Cada pesquisa tratou de um dos temas acordados pelos países em reunião de janeiro de 2024: 

  • Autonomia econômica de mulheres e política de cuidados; 
  • Enfrentamento a todos os tipos de violência contra mulher, principalmente a misoginia facilitada pelas tecnologias; 
  • Ação climática com perspectiva de gênero. 

A primeira pesquisa foi apresentada pela coordenadora nacional de projetos da OIT, Raíla Alves, e utilizou o banco de dados da instituição para avaliar as condições das mulheres atualmente no mundo do trabalho, principalmente com foco nos países membros e convidados para o G20, além de trazer uma leitura mais aprofundada para as relações de cuidado. 

“Muitos dos Estados do G20 já avançaram nos temas de regulamentação e criação de normas de modo geral para repensar a distribuição do cuidado. Algumas recomendações também surgiram desse estudo, como o desenvolvimento de políticas públicas que pensem nas pessoas mais expostas a vulnerabilidades, pensando principalmente em criação de novas medidas e políticas que abarquem os trabalhadores que estão na informalidade”, explicou Raíla.  

Já a ONU Mulheres, representada por Ana Carolina Querino, autoridade máxima da entidade no Brasil, desenvolveu uma pesquisa com o objetivo de mapear e identificar estratégias para prevenir a violência de gênero facilitada por tecnologia entre os países do G20.  

A metodologia seguiu primeiro através da revisão da literatura sobre o tema, desenvolvimento de questionário com os países, e análise de dados qualitativos e quantitativos. Dos 31 países que compõem o G20 – entre membros e convidados – 21 participaram. Segundo Ana Cláudia Pereira, analista de programas da ONU Mulheres no Brasil, três resultados podem ser destacados e considerados para a próxima presidência do G20, na África do Sul. “O primeiro ponto é a ausência de dados. Os países têm muita dificuldade em termos de dados e evidência, ainda que estejam melhor em planos de ação”, disse. 

Outros dois temas de destaque foram a falta de financiamento para ações de resiliência climática desenvolvidas por mulheres e a sub-representação nos espaços de decisão e liderança. “Ou seja, temos uma agenda muito grande ainda pela frente para materializar”, resumiu Ana Carolina.  

Os resultados da pesquisa da Unesco sobre violência de gênero facilitada pela tecnologia ainda serão consolidados e publicados posteriormente. O intuito das reuniões foi construir, a partir dos debates realizados, a busca de consensos para a declaração ministerial do EWWG. 

Resultados construídos ao longo do ano

O MMulheres destaca como resultados obtidos durante o trabalho de transversalidade realizado com outros Grupos de Trabalho ao longo do ano, como a Iniciativa de Bioeconomia que está trabalhando com um princípio de igualdade entre mulheres e homens; o GT de Emprego teve uma declaração ministerial na qual se reconhece a economia do cuidado como tópico importante para a promoção da autonomia econômica de mulheres. 

Além disso, junto ao GT de Transição Energética, foi possível pautar que a pobreza energética afeta, principalmente, as mulheres, tanto em declaração ministerial quanto em evento paralelo, e de forma inédita, a Trilha de Finanças realizou pela primeira vez, em setembro, um evento paralelo com o intuito único de discutir o empoderamento das mulheres e como os grupos que a integram podem colaborar com as mudanças necessárias em busca da igualdade entre mulheres e homens;

Atuação do Grupo de Comércio e Investimentos, de Redução de Riscos e Desastres e ainda, junto à Trilha Social, os Grupos W20 (Mulheres); Y20 (Juventude); B20 (Empresas); C20 (Sociedade Civil); e outros.

Da Redação do Elas por Elas, com informações do Ministério das Mulheres 

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