Cientistas políticos publicam manifesto contra o distritão

Para ABCP, o modelo distritão estimula o personalismo, enfraquece os partidos e encarece as campanhas

Mais de cem cientistas políticos divulgaram um manifesto contra a proposta do distritão. Para eles, o modelo eleitoral em debate na Câmara dos Deputados estimulará o personalismo encarecerá ainda mais as campanhas eleitorais e acabará com os partidos políticos.

O documento, divulgado com apoio da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP) na sexta-feira (22), será encaminhado à Câmara dos Deputados. Para os cientistas, o distritão é um retrocesso institucional, pois, com o fim do voto de legenda e da transferência do voto dentro das agremiações, os candidatos concorrerão por contra própria.

O distritão, alegam os cientistas políticos, estimularia o personalismo e enfraqueceria os partidos políticos. Ainda segundo o manifesto, com o modelo em discussão, poderão ser desconsiderados milhões de votos, pois serão válidos apenas os dos eleitos.

O manifesto ainda denuncia o encarecimento das campanhas eleitorais. De acordo com os cientistas, a falta de cooperação dentro do partido obrigará mais investimentos na exposição individual de um único candidato, facilitando o surgimento de oligarquias regionais.

Na mesma proporção, segundo o protesto, diminuirá a qualidade da representatividade política, ao proporcionar melhores condições de vitória aos concorrentes sem experiência parlamentar como artistas e esportistas de grande exposição midiática.

Segundo a ABCP, o modelo interessa a certos segmentos da classe política profissional com maior disponibilidade de recursos financeiros para investir na campanha de uma única pessoa.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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