Coletivos LGBT estão indignados com fala de Levy Fidelix
Candidato causou revolta ao fazer declarações consideradas homofóbicas no debate da Record
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Na noite deste domingo (28), o candidato Levy Fidelix (PRTB) causou indignação com as declarações agressivas contra os homossexuais que fez, ao vivo, durante o debate com os presidenciáveis da Rede Record.
O candidato externou seu polêmico posicionamento após ser indagado pela candidata Luciana Genro (Psol) sobre o porquê de tamanha resistência às famílias formadas por pessoas do mesmo sexo, com sentenças como “aparelho excretor não reproduz” e “nós somos maioria, vamos enfrentar essa minoria”.
“Esses que têm esses problemas precisam realmente ser atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente, bem longe mesmo porque aqui não dá”, declarou.
Para o transexual Marcelo Caetano, militante LGBT e integrante do Instituto Brasileiro de Transmasculinidade (IBRAT), a maneira como o candidato expôs sua visão sobre o homossexualidade configura crime de incitação ao ódio e à violência. “Ele se refere claramente aos gays como um grupo que precisa ser exterminado e chama as pessoas a lutarem por esse extermínio”, observa.
Caetano alerta para o impacto nocivo que as declarações, em rede nacional, podem ter para a luta pelos direitos LGBT. “Por ser uma figura pública, ele tem uma responsabilidade ainda maior sobre o que diz”, afirmou.
No Brasil, a cada 26 horas uma pessoa é morta em função da sua orientação sexual. A maneira como foi colocada a opinião do candidato, como representante de um grupo que se identifica com suas propostas e sua visão de mundo, caracterizou incontestável discurso de ódio. “A partir desse momento, ele passa a ser cúmplice dos crimes de causa homofóbica”, declarou.
O militante observa que a repercussão da fala de Fidelix mostra o quanto a pauta LGBT é tratada com descaso. “Ver alguém como ele se apropriar publicamente de um discurso preconceituoso como esse mostra como as pessoas se sentem na certeza da impunidade”, afirmou.
“Ele não teve meias palavras, incitou uma violência direta, de forma totalmente irresponsável. Isso só legitima e incita a violência”, declarou.
A posição do candidato reverbera o tanto ainda é preciso caminhar. “Lutamos para garantir direitos tão básicos como o simples direito à vida”, declara.
OAB – A Comissão Especial de Diversidade Sexual do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) enviou ontem (29) uma representação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) solicitando a cassação da candidatura de Fidelix. De acordo com a OAB, o discurso feito pelo candidato à Presidência da República durante o debate configura crime eleitoral contra a paz pública.
Na justiça – As declarações causaram uma onda de protestos e manifestações nas redes. O Grupo Gay da Bahia (GGB) enviou uma representação ao Ministério Público e ao Conselho Nacional de Direitos Humanos pedindo a abertura de inquérito policial contra o Fidelix por incitar o ódio e a discriminação contra os homossexuais.
Em Brasília, um grupo está organizando e recolhendo dados para uma denúncia coletiva. Todas as pessoas que se sentiram vítimas das ofensas promovidas pelo candidato podem enviar seus dados para ingressar com representação na Ouvidoria Nacional de Direitos Humano, que será encaminhada aos órgãos competentes.
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