Colômbia: Farc e governo anunciam avanço na discussão do tema das drogas

Em comunicado conjunto, as delegações da Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do governo colombiano que negociam um acordo de paz anunciaram hoje (13), em Havana, o término de mais um ciclo de conversações e informaram que já existe um “esboço” de acordo sobre o problema das drogas, terceiro ponto da agenda de diálogos.

“Neste momento, podemos dizer que temos os primeiros rascunhos com a base desse acordo [sobre cultivos ilícitos e narcotráfico], e estamos de acordo que a essência de qualquer solução é a reforma rural integral [primeiro ponto da agenda]”, diz o comunicado.

Os negociadores não adiantaram detalhes sobre os pontos que constarão do acordo, mas disseram que um elemento importante no combate ao narcotráfico será o “fortalecimento da presença institucional do Estado em territórios afetados, com ações que promovam o desenvolvimento integral”.

A declaração conjunta menciona ainda a necessidade de “fechar a fronteira agrícola, a recuperação dos ecossistemas e de promover o desenvolvimento sustentável”. Cada região também deverá ser tratada de maneira distinta, devido às particularidades em cada zona.

O comunicado não fala sobre propostas levantadas pela mesa quanto à descriminalização do cultivo de maconha, cocaína e papoula no país, para que sejam usadas para fins terapêuticos, conforme as Farc propuseram.

A solução para o problema das drogas começou a ser discutida em novembro do ano passado. Os negociadores anunciaram que o próximo ciclo começa no dia 24 deste mês, data em que a mesa pretende finalizar a discussão sobre o tema.

Encerrada a discussão desse assunto, deve entrar em pauta a reparação das vítimas do conflito, além da questão do desarmamento e da reintegração de guerrilheiros e de garantias para o cumprimento dos acordos celebrados no pós-conflito.

Desde que foram iniciados em novembro de 2012, os diálogos de paz já produziram acordos parciais sobre o tema agrário e a participação política das Farc, mas os negociadores destacam que não existe “acordo enquanto não houver consenso sobre todos os pontos da agenda de negociação”.

Caso seja bem-sucedido, o processo dará fim a um conflito de quase 50 anos, após pelo menos três tentativas frustradas de negociação anteriores.

(Agência Brasil)

 

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