Com Bolsonaro, o povo está cada vez mais distante da universidade

Esvaziamento do Fies é mais uma tática usada pelo desgoverno de Jair para tirar a população mais pobre das salas de aulas nas faculdades do país

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A destruição do ensino superior brasileiro está ganhando novos e tenebrosos capítulos no desgoverno de Jair Bolsonaro (PSL). A tática, diga-se de passagem desleal, é dificultar a chegada do povo à universidade. A estratégia é tão descarada que o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, disse abertamente que a ideia de universidade para todos não existe e que “as universidades devem ficar reservadas para uma elite intelectual”. Em outras palavras, eles querem manter o povo longe da sala de aula.

A medida que Bolsonaro encontrou para destruir o ensino superior é o esvaziamento do Financiamento Estudantil (Fies), uma ferramenta ampliada e muito valorizada nos governos Lula e Dilma Rousseff. O deputado federal Alexandre Padilha, em sua conta do Twitter, fez uma importante observação sobre o tema. “O número de contratos disparou durante o primeiro governo Dilma, de 76 mil em 2010 para 733 mil em 2014, com juros abaixo da inflação. Hoje, a queda do número de contratos nos últimos dois anos põe em dúvida a sua continuidade”. O governo Bolsonaro, que está seguindo o rastro de medidas antipovo de Temer, quer acabar com tudo isso.

Padilha apresenta ainda uma reportagem publicada originalmente nesta quarta-feira (6) pela BBC Brasil com uma análise do esvaziamento do Fies, que tem atraído menos alunos e reduzido opções aos mais pobres.

A publicação traz um estudo da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes) em parceria com a empresa Educa Insights que mostra que “40% dos estudantes não têm condições de arcar sozinhos com as despesas da mensalidade nos cursos de graduação. O mesmo levantamento aponta que 51% dos estudantes acharam que as últimas mudanças no Fies dificultaram o acesso ao programa.”

O estudo mostra ainda que mais da metade dos estudantes que participaram da pesquisa nunca ouviram falar do P-Fies, um financiamento feito por bancos privados. Esta modalidade vem sufocando as famílias que tentam arcam com os custos de uma universidade particular.

A BBC Brasil trouxe ainda dois exemplos, na mesma casa, com o Fies. Em uma delas, uma jovem de 25 anos conseguiu o financiamento para o curso de jornalismo em Brasília e de 2012 a 2016 com bolsa integral. Atualmente ela paga pouco mais de R$ 300. A irmã mais nova, de 20 anos, tentou contratar o recurso para a faculdade de fisioterapia em 2017, não teve a mesma oportunidade. Ela conseguiu um desconto parcial e a mensalidade ultrapassa R$ 1.000. A estudante recorre ao pai, servidor público, mas está pessimista com os estudos.

As medidas adotadas por Bolsonaro estrangulam as condições da população mais pobre no acesso à universidade. Elas mantém o povo longe do ensino superior. Junte a isso a Reforma da Previdência, a Reforma Trabalhista e as outras medidas elitistas e temos um país em colapso.

Da Redação da Agência PT de notícias com informações da BBC Brasil 

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