Com ‘Desenrola’, Serasa registra aumento de 41% nas negociações de dívidas

Segundo a Serasa, foram fechados mais de um milhão de acordos entre os dias 17 e 23 de julho, considerando dívidas bancárias e de outros segmentos

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Balanço da Febraban também mostrou que mais de dois milhões de nomes foram limpos em cinco dias de Desenrola

Lançado em 17 de julho, o programa Desenrola Brasil, que visa limpar o nome de 70 milhões de brasileiros endividados, resultou também no aumento de 41% nas negociações de dívidas na semana de estreia do programa.

Segundo a Serasa, foram fechados mais de um milhão de acordos entre os dias 17 e 23 de julho, considerando dívidas bancárias e de outros segmentos. Na semana anterior, de 10 a 16 de julho, foram registradas cerca de 744 mil negociações.

“Os indicadores da Serasa, parceira de alguns dos principais bancos integrantes do programa (Desenrola), reafirmam o interesse da população em regularizar sua vida financeira quando as condições são especiais, como ocorre no momento”, diz a nota da Serasa.

Conforme divulgado terça-feira (25) pela Folhapress, empresas de segmentos diversos também aproveitaram o efeito causado pelo Desenrola e usaram a plataforma Serasa Limpa Nome para ampliar acordos sobre dívidas em atraso.

Redes como Casas Bahia, Ponto e Renner anunciaram condições para quitação de dívidas no carnê e cartão, em iniciativa própria pois o Desenrola do varejo começa oficialmente em setembro, quando se inicia a faixa

Balanço da Febraban

Já o balanço da Febraban mostrou que mais de dois milhões de nomes foram limpos em cinco dias de Desenrola, com R$ 500 milhões de reais negociados. O dado se refere às dívidas negociadas dentro e fora da primeira fase do programa do governo federal, a faixa 2 que começou dia 17 de julho.

Ao se considerar apenas as dívidas bancárias, a plataforma Serasa Limpa Nome intermediou 232 mil acordos na primeira semana do programa, um aumento de 47% em relação à semana anterior ao lançamento do Desenrola Brasil. Comparando a semana de 16 a 21 de julho, quando o programa foi lançado, com a semana de 19 e 25 de junho, o total de negociações registrou alta de 62%.

“O Desenrola Brasil é uma revolução extraordinária. Vai ser excepcional, vamos salvar no mínimo 72% da população que está endividada. E vai permitir que essas pessoas voltem para o mercado de consumo, livres de suas pequenas dívidas. Pobre não gosta de ter dívidas. Pobre gosta de pagar o que deve”, disse o presidente Lula dia 18 de julho durante a Conversa com o Presidente transmitido pela TV Brasil.

“Por isso está tendo tanta procura para resolver o problema da dívida. Todos querem andar de cara limpa, entrando nos lugares de cabeça erguida por não estarem devendo. Eu acho que nós vamos libertar milhões de brasileiros que vão poder voltar ao consumo livremente, alegre, sorrindo, podendo comprar aquela coisinha que ele sonha em comprar”, completou Lula.

Queda na inadimplência

Pela primeira vez em 2023 a inadimplência caiu, segundo dados da Serasa Experian, publicados pela Folha de São Paulo, relativos a junho, antes do início do Desenrola. Houve redução de 450 mil pessoas com débitos em relação a maio.

São 71,45 milhões de brasileiros endividados, número próximo ao registrado em abril, quando 71,44 milhões estavam inadimplentes.

O tipo de dívida que lidera a lista é a bancária e de cartões, com 31,1%, seguido de contas de utilidades (22,1%), financeiras (15,2%), varejistas (11,4%), serviços (10,6%) e telefonia (4,8%). Outros segmentos somam 4,8%.

Entenda as faixas

A faixa 1 é voltada para quem recebe até R$ 2.640 por mês ou tem inscrição no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais). Ela permitirá renegociar até R$ 5 mil em qualquer tipo de dívida, desde que não seja crédito rural, financiamento imobiliário, operação com funding ou risco de terceiros, e dívida com garantia real.

O pagamento pode ser à vista ou parcelado em até 60 meses, com parcela a partir de R$ 50 e taxa de juros de, no máximo, 1,99% por mês.

A faixa 2 do Desenrola, que começou dia 17 e que, na primeira etapa, limpou o nome de cidadãos com dívidas até R$ 100, cerca de 1,5 milhão de pessoas. A segunda etapa da faixa 2 é voltada a quem tem dívida bancária e cujo nome foi incluído nos cadastros de devedores entre 1º de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2022.

O participante deve ganhar entre R$ 2.640 (dois salários mínimos) e R$ 20 mil por mês, terá prazo mínimo de 12 meses para o pagamento da dívida e negociará a quantidade de parcelas e a taxa de juros diretamente com o banco. Não há limite da quantia a ser quitada e o governo espera beneficiar mais de 30 milhões de brasileiros.

Da Redação

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