Com Lula, povo brasileiro celebra 1º feriado nacional do Dia da Consciência Negra
Comemoração remete ao marco da morte do líder do Quilombo dos Palmares, um dos maiores do período Brasil Colônia
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Com o Brasil no rumo certo, o povo brasileiro celebra o primeiro feriado nacional do Dia da Consciência Negra neste 20 de novembro de 2024. Focado na defesa e na promoção da igualdade racial, o presidente Lula sancionou o Projeto de Lei nº 3268/2021, que declara o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra feriado em todo o país.
Celebrada em 20 de novembro, a comemoração remete ao marco da morte do líder do Quilombo dos Palmares, um dos maiores do período Brasil Colônia. A data já era considerada feriado em seis estados brasileiros e cerca de 1,2 mil cidades.
“É uma data importante na valorização das raízes culturais do povo brasileiro”, afirmou o presidente, em suas redes sociais, ao anunciar a sanção.
Nas redes sociais, o senador Paulo Paim (PT-RS) apontou que a data merece ser vista como um momento de reflexão, e que o feriado não é como os outros. “É um feriado onde as pessoas vão parar, vão conversar, vão refletir, porque o racismo contra o negro, contra o índio, contra o imigrante, contra os LGBT, porque a violência contra as mulheres (…), feminicídio no Brasil é assustador”, ponderou Paim.
.@paulopaim destaca a importância do Dia da Consciência Negra como uma data de reflexão – e ação – para combater todo tipo de violência, racismo e preconceito. pic.twitter.com/7qzx2K3wJK
— PT no Senado (@PTnoSenado) November 20, 2024
Ao site do PT Nacional, o secretário Nacional de Combate ao Racismo do PT, Martvs Chagas, defende a importância do Dia da Consciência Negra como uma data de ação e reflexão. Para ele, o 20 de novembro vai além de um momento de homenagem. “Deve ser vivido com intensidade, como um chamado à ação. Nesse contexto, é essencial que entendamos o papel fundamental da consciência negra na transformação da sociedade e a importância da militância estar cada vez mais preparada para conquistar e ocupar espaços de poder, tanto dentro do PT quanto nas esferas institucionais e sociais.”
Chagas destaca que, desde sua fundação, o PT tem desempenhado um papel fundamental na luta pela igualdade racial no Brasil. Ele relembrou conquistas importantes como a criação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) para tratar do tema, a implementação de políticas afirmativas como a lei de cotas, e a recente criação do Ministério da Igualdade Racial.
“Essas vitórias são resultado do trabalho árduo de militantes negros e não negros que se uniram para combater as desigualdades sociais”, enfatiza.
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Para o secretário, o 20 de novembro é uma oportunidade para ampliar as discussões sobre a necessidade de ações concretas contra o racismo, especialmente no âmbito legislativo e nas políticas públicas locais. “A conscientização e o debate sobre os desafios enfrentados pela população negra devem ser contínuos. O 20 de novembro se constitui como um marco para essas reflexões.”
Martvs Chagas fez ainda um apelo à unidade e ao compromisso coletivo: “O Dia da Consciência Negra deve ser para todos. Mais do que um feriado, é uma data de reflexão sobre nossa trajetória e, principalmente, um dia de compromissos com o futuro. Futuro esse que é um lembrete da importância de seguir em frente com coragem, unidade e determinação na luta pela verdadeira liberdade e igualdade racial.”
Marco histórico
Em declaração ao site do PT Nacional, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, comemora a oficialização do Dia da Consciência Negra como feriado nacional. Para ela, a medida representa uma importante conquista fruto das lutas históricas do movimento negro e de diversos movimentos sociais.
“Pela primeira vez, nós temos um feriado no dia 20 de novembro, feriado esse que é fruto da luta do movimento negro e de vários movimentos sociais que se somaram para a gente marcar a memória, a história, a herança negra no nosso país com um feriado nacional”, destaca a ministra.
Macaé ressalta que a criação do feriado está alinhada com uma trajetória de avanços promovidos pelo PT ao longo de sua história. “Ter esse dia 20 de novembro como feriado nacional vem se somar a uma agenda importante que o Partido dos Trabalhadores tem construído no Brasil, desde a homologação da Lei 10.639, em 2003, pelo presidente Lula, passando pela construção do Estatuto da Igualdade Racial, da implementação da Lei de Cotas nas universidades e institutos federais, lei de cotas no serviço público e uma série de outras políticas que fazem o recorte das ações afirmativas”, afirma.
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A ministra enfatiza a necessidade de reparar os efeitos de séculos de escravização no país, sublinhando que o reconhecimento da memória e a promoção de justiça racial são passos fundamentais para garantir o pleno desenvolvimento da população negra. “300 anos de escravização da população negra não serão superados se efetivamente a gente não olhar para esse passado e pensar que a gente precisa construir mecanismos de reparação, mecanismos de memória, mas fundamentalmente implementar ações que garantam justiça racial e o pleno desenvolvimento da população negra no nosso país”, diz.
Macaé Evaristo também enaltece o papel do presidente Lula e do PT na consolidação do feriado e na valorização do legado de Zumbi dos Palmares. “Saúdo o Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras e saúdo o presidente Lula, porque a gente dá um passo significativo quando a gente inscreve o Dia Nacional da Consciência Negra e inscreve o Zumbi dos Palmares nos feriados da nossa República.”
Vitória do movimento negro
A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) celebra a oficialização do Dia da Consciência Negra como feriado nacional, ressaltando a conquista como fruto de décadas de luta do movimento negro no Brasil. Para Benedita, a data transcende o simbolismo, sendo um momento de reflexão e ação.
“Após muita luta de todo o movimento negro, em nosso país, o 20 de novembro entra oficialmente para o calendário e vira feriado nacional. Feriado nacional para conscientizar sobre a estética negra, o reconhecimento das culturas originárias do continente africano e a promoção da autoestima das comunidades negras”, afirma a parlamentar ao site do PT Nacional.
Benedita destaca a relevância do feriado como uma oportunidade para ampliar o debate sobre políticas públicas voltadas à população negra e reforçar o combate ao racismo. “Feriado nacional para se conscientizar sobre o avanço das políticas públicas para as pessoas negras, o enfrentamento das violações de direitos da população afrodescendente e o combate a todo e qualquer tipo de racismo ao nosso redor”, diz.
A deputada também exalta o legado de lideranças negras históricas que inspiram a luta por igualdade e justiça social no país. “Viva Zumbi! Viva Dandara! Viva o feriado nacional pelo Dia da Consciência Negra!”, finaliza.
Luta antirracista do PT
A luta antirracista dos governos do PT começou em 2003, com a criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, a Seppir.
Com o retorno do presidente Lula e com a criação do Ministério da Igualdade Racial, comandado pela ministra Anielle Franco, o povo brasileiro se beneficia com novas políticas públicas voltadas à população negra.
Ao site do PT Nacional, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, aponta para o simbolismo da data, que homenageia Zumbi e Dandara, líderes quilombolas que representam a luta por justiça e igualdade no país.
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Segundo Anielle Franco, o feriado é mais do que uma celebração e se trata de um momento de reflexão para toda a sociedade. “Esse feriado é também um chamado para que toda a população possa refletir sobre a importância de valorizar as diferenças e agir coletivamente para que tenhamos uma nação cada vez mais desenvolvida e diversa”, afirma.
A ministra destaca o avanço da gestão em iniciativas voltadas para a população negra. Em menos de dois anos, 32 territórios quilombolas foram titulados, o maior número já registrado em um período tão curto. Além disso, o governo Lula realizou intercâmbios Brasil-África, com investimentos de R$ 4,5 milhões voltados à capacitação de profissionais de educação, com o objetivo de fortalecer a aplicação da Lei 10.639, que determina o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas. Para 2025, o investimento será ampliado para R$ 5,6 milhões.
Outra prioridade observada por Anielle é o combate à fome, especialmente entre mulheres negras, que lideram 75% dos lares em situação de insegurança alimentar. Em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social, mais de R$ 300 milhões estão sendo destinados a ações voltadas para essas famílias.
“Um Brasil da igualdade racial é um Brasil mais desenvolvido, mais justo, sustentável e democrático para todas as pessoas”, conclui a ministra.
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Legado do PT
A luta pela diversidade, pelos direitos dos povos tradicionais e por políticas públicas que promovam os direitos humanos faz parte do DNA do PT. Entre inúmeros retrocessos que o Brasil enfrentou no governo Bolsonaro, o partido permanece na busca por transformações sociais e batalha contra o genocídio das populações negras, contra a exclusão social e contra o racismo estrutural.
Confira, abaixo, algumas conquistas pela igualdade racial e o combate ao racismo durante os governos Lula e Dilma:
– Plano Juventude Viva, lançado em setembro de 2012, é uma iniciativa que articula ações de onze Ministérios, de Governos Estaduais e Municipais para reduzir a vulnerabilidade de jovens negros a situações de violência física e simbólica.
– Programa Brasil Quilombola, coordenado pela então Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), foi lançado em 12 de março de 2004 com o objetivo de integrar ações voltadas à melhoria das condições de vida e ampliação do acesso a bens e serviços públicos das pessoas que vivem em comunidades quilombolas no Brasil.
– Em 20 de novembro de 2007 foi instituída a Agenda Social Quilombola através do Decreto 6.261. A Agenda funciona por meio de um Comitê composto por representantes de 11 órgãos federais e sociedade civil. Tem como objetivo garantir o acesso à terra, inclusão produtiva, infraestrutura, qualidade de vida e direito e cidadania a essas comunidades.
– Lei 10.639/03 altera a LDB 9394/96 e torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana nas escolas de ensino fundamental e médio, regulamentada pelo Parecer CNE/CP 03/2004 e Resolução CNE/CP 01/2004.
– Decreto 4887/03 regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades quilombolas de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
– Conferências Nacionais de Promoção da Igualdade Racial – CONAPIR (2005, 2009 e 2013).
– Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial – CINAPIR criado pela Lei 10.678 (23/05/2003), e regulamentado pelo Decreto 4.885 (20/11/2003), com alterações feitas pelo Decreto 6.509 (16/07/2008).
– Decreto nº 6.040/2007, que institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais.
– Lei 12.288/2010, Estatuto da Igualdade Racial.
– Diretrizes curriculares nacionais para a Educação Escolar Quilombola, Parecer CNE/CEB 16/2012 e Resolução CNE/CEB 08/2012.
– Lei nº 12.711, de agosto de 2012, trata das cotas nas Universidades e nos Institutos Técnicos Federais – essa lei começou a ser implementada pelo Ministério da Educação (MEC) no ano seguinte à sua aprovação.
– Decreto 8.136/2013 institui o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial – SINAPIR –, criado pelo Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010). Tem como objetivo criar a sinergia entre governo federal, estadual, municipal e distrital na elaboração, fortalecimento e implementação de políticas de igualdade racial no Brasil.
– Guia de Políticas Públicas para os povos ciganos – Brasil Cigano (2013). É importante citar o guia pois o mesmo tinha o objetivo de construir o Plano Nacional de Políticas para os Povos Ciganos, cujas diretrizes foram planejadas ainda na SEPPIR durante a gestão da então presidenta Dilma Rousseff.
– A Lei nº 12.990, de 9 de junho de 2014, reserva de vagas para candidatos(as) negros(as) em concursos públicos federais. Destina 20% das vagas para negros nos concursos para cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da Administração Federal Direta e Indireta. Essa lei foi aprovada como constitucional em 08/06/17, por unanimidade, pelo Supremo Tribunal Federal, em resposta a ação movida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
– Resolução 746/2015 estabelece o preenchimento obrigatório do campo cor ou raça em todas as contratações feitas por programas que foram financiados pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador, o que possibilitará a construção de programas específicos de equidade racial no mundo do trabalho.
– Criação da Reunião de Autoridades sobre os Direitos dos Afrodescendentes, no âmbito do Mercosul – RAFRO, em 2015. A criação da RAFRO era uma demanda da Comissão Permanente Discriminação, Racismo e Xenofobia da Reunião de Altas Autoridades em Direitos Humanos e Chancelarias (RAADH), coordenada no Brasil pela Seppir e tem importância internacional na construção de políticas de igualdade racial nos países do Mercosul.
– Lançamento do novo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 18 da ONU, voltado para a igualdade étnico-racial: O Brasil se posicionou como um inovador dos ODS em setembro de 2023, quando Lula anunciou, na Assembleia Geral da ONU, a adoção voluntária de um décimo oitavo objetivo dedicado à igualdade étnico-racial. Esse novo ODS 18 surge da necessidade urgente de enfrentar um dos principais problemas de desenvolvimento do país: o racismo e a desigualdade. O ODS é fruto de uma movimentação do Ministério da Igualdade Racial (MIR) em articulação com o Ministério dos Povos Indígenas, dos Direitos Humanos e Cidadania, a Secretaria-Geral da Presidência, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o IPEA.
– Acordo de Cooperação Técnica no âmbito do Plano Brasil Sem Fome: acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre o Ministério da Igualdade Racial (MIR) e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) reafirma o compromisso com a construção de uma agenda de combate à fome, à insegurança alimentar e à pobreza, a partir da qualificação de serviços e equipamentos da assistência social.
– Lançamento do Programa Raízes Comex, liderado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC): voltado para inclusão e ampliação de empresas lideradas por pessoas negras no comércio exterior brasileiro, com oferta de capacitação para pessoas negras atuarem no comércio exterior.
– Política para quilombolas: A Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental Quilombola (PNGTAQ) pretende contribuir para o desenvolvimento sustentável dos territórios quilombolas, aliando conservação ambiental, efetivação de direitos sociais e geração de renda, além de suprir as necessidades da geração atual sem comprometer as necessidades das gerações futuras.
– Pequena África e Cais do Valongo – O Acordo de Cooperação Técnica entre MIR e BNDES visa não só a implementação de projetos culturais e ações em prol da preservação e valorização da herança africana, como também o fortalecimento das instituições culturais na região da Pequena África e do sítio arqueológico Cais do Valongo, no Rio de Janeiro (RJ). Principal porto de entrada de africanos escravizados no Brasil e nas Américas, o Cais do Valongo é Patrimônio Mundial da UNESCO.
– Atendimento Psicossocial – O governo Lula destinará R$ 8 milhões a serem investidos em formação especializada para quem trabalha no atendimento psicossocial de mães e familiares vítimas de violência, elaboração de protocolo para o fluxo de atendimento e definição de diretrizes para supervisionar a rede socioassistencial do Estado.
– HIP-HOP como referência cultural – Decreto Presidencial de reconhecimento do Hip-Hop como referência Cultural Brasileira, estabelecendo as diretrizes nacionais de valorização da cultura Hip-Hop.
– Caminhos Amefricanos: é um programa de intercâmbios Sul-Sul que visa promover o diálogo, a pesquisa, a produção científica, a educação antirracista, as trocas culturais e a cooperação entre Brasil e países da África, América Latina e Caribe. O programa se destina a pessoas pretas, pardas e/ou quilombolas da rede pública de ensino, que estejam regularmente matriculadas em cursos de licenciatura ou sejam docentes da Educação Básica daqui, assim como a estudantes e docentes de grupos sociais historicamente vulnerabilizados nos países parceiros.
Da Redação