Com R$ 47 bilhões para Alagoas, “PAC retoma pacto federativo”, diz Paulão

Em entrevista ao Jornal PT Brasil, deputado federal analisou as principais obras do programa no Estado, como duplicação da BR-101 e do Arco Metropolitano de Maceió

Reprodução/TvPT

Deputado federal Paulão (PT-AL) diz que estados como Alagoas, que são pequenos, dependem muito do governo federal

O deputado federal Paulão (PT-AL) analisou como importante a volta do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a retomada do pacto federativo após conflitos criados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas urnas dos estados do Nordeste pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em entrevista ao Jornal PT Brasil, da TvPT, Paulão afirmou que estados como Alagoas, que são pequenos, dependem muito do governo federal. “É um investimento substantivo, da ordem de R$ 47 bilhões em obras até 2026.”

O PAC foi relançado pelo presidente Lula como mecanismo indutor de desenvolvimento e gerador de empregos e renda. A página dedicada ao programa apresenta todas as obras divididas por áreas de investimentos nos 26 estados e no Distrito Federal.

Em Alagoas estão listadas 219 obras, divididas em eixos como transportes (aeroporto, portos e rodovias), saúde, infraestrutura social e conectividade, educação, ciência e tecnologia, inclusão digital (TV Digital, Infovias), Água para Todos e Cidades Sustentáveis e Resilientes (Minha Casa, Minha Vida).

“São obras estruturantes a exemplo da duplicação da BR-101, essa BR tem um papel fundamental para todo Brasil, liga região Norte/Nordeste, principalmente o Nordeste, até o Sul. E aqui havia uma trava, principalmente, em relação a um processo de contingenciamento nas terras indígenas que foi equacionada pelo atual ministro dos transportes [Renan Filho, ex-governador], inclusive, participei dessa audiência pública muito importante”, comentou Paulão.

Maceió é uma capital de quase um milhão de habitantes. “Acima de 500 mil, as cidades já começam a ter problemas de trânsito. Então, a duplicação do Arco Metropolitano de Maceió tem um papel fundamental no sentido de melhorar o trânsito da cidade e, logicamente, a qualidade de vida”, disse o deputado federal.

O parlamentar falou sobre a necessidade do Canal do Sertão, outra obra fundamental que está se aproximando da reta final. “Só para os internautas terem ideia, é o maior rio artificial que nós temos no estado de Alagoas. É uma captação do Rio São Francisco que vai levar água até o meio do estado, em Arapiraca, a segunda cidade principal de Alagoas.”

Paulão comentou ainda sobre a importância do novo Hospital Metropolitano do Agreste, que terá um papel fundamental de caráter regional. “Havia um gargalo muito forte, com o atendimento de média e alta complexidades vindo para Maceió. Esse hospital vai desafogar essa região do agreste. Ele fica na cidade de Arapiraca e todo o agreste e o sertão não terão, em tese, necessidade de vir para Maceió. Você descentraliza e aproxima a saúde, porque o tempo é fundamental para salvar vidas.”

O deputado federal analisou a importância da retomada do Minha Casa, Minha Vida, priorizando segmentos definidos pelo PPA (Plano Plurianual). “Alagoas é um estado pequeno, tem 72 comunidades quilombolas, uma situação muito pauperizada. Tem a terra de Zumbi dos Palmares, Dandara, que são comunidades muito carentes, como também tem 19 tribos indígenas. Esses dois segmentos da sociedade [quilombolas e povos indígenas] entraram com prioridade no PPA”, relatou.

O parlamentar relatou que essas são obras estruturantes que estavam paralisadas desde a Presidência de Bolsonaro e foram retomadas a partir do compromisso do presidente Lula com o povo brasileiro.

O PAC Alagoas também incluiu a transição energética. “Sim, a gente já tem uma dependência de uma energia limpa, vinda da Chesf, inclusive, por coincidência, eu fui do setor elétrico. Então a gente depende da matriz hidroelétrica que alimenta Alagoas, mas hoje já tem um processo muito forte de energia solar, até porque a nossa região propicia isso.”

Paulão afirmou que a cana de açúcar, também renovável e limpa, é outra matriz energética que pode ser aplicada na transição para o setor elétrico e o de combustível.

“A gente tem pouca experiência com a questão eólica, mas energia solar a gente já começa a verificar que Alagoas assimila muito bem, é importante você diversificar essa matriz no sentido de ter qualidade de energia renovável e limpa”, afirmou.

Os investimentos do PAC no Estado foram, obviamente, bem recebidos pela bancada do PT no Estado, que soma nove deputados federais e três senadores. “Logicamente, a gente tem um embate político que vocês acompanham no Brasil devido à presidência da Câmara ser aqui de Alagoas, o presidente Arthur Lira, do PP, e você tem um ex-presidente que foi presidente do Senado três vezes, Renan Calheiros, do MDB. Essa polarização existe, mas não pode colocar em xeque o parque a nível nacional e o desenvolvimento para Alagoas.

Segundo o parlamentar, a disputa política não pode paralisar o Estado nem penalizar a população. “Alagoas teve a maioria dos programas sociais desativados [no governo Bolsonaro], a exemplo também de falta de repasse para educação, aqui a nossa Universidade de Alagoa sofreu muito, chegou o momento que você não tinha custeio para manter a universidade, como também o Instituto Federal de Alagoas”, ponderou.

Paulão falou que o cenário agora, com o governo Lula, é de normalidade do ponto de vista de custeio e investimento. “Eu tenho a alegria de dizer que fui o deputado que mais alocou recurso para o ensino superior, principalmente, o Ifal Alagoas”, disse

O deputado citou o grande gargalo que havia na área da saúde no Estado por conta da paralisação de repasses na gestão Bolsonaro, agora retomados por Lula. “Essa rede que foi criada pelo ex-governador Renan Filho, de hospitais regionais, o governo atual atualizou e já repassou recursos. Isso melhora qualidade da saúde, descentralizando e aproximando mais da população que precisa.”

Da Redação

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