Com autoconcedido supersalário, Bolsonaro congelou o Mínimo e trama reajuste abaixo da inflação
Enquanto destrói a política de valorização do salário mínimo, Bolsonaro dá jeito de acumular rendimentos estourando o teto e se autoconcedendo um supersalário
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Primeiro chefe do Executivo em 30 anos a encerrar o mandato com o salário mínimo valendo menos, e agora flagrado tramando uma lei que vai fazer o piso salarial, aposentadorias e BPC serem reajustados abaixo da inflação, Jair Bolsonaro deu um jeito de multiplicar a própria renda. Ano passado, mandou o Ministério da Economia publicar portaria que o permite acumular na íntegra a aposentadoria e o salário de presidente.
Publicada em 30 de abril de 2021, a portaria da Secretaria de Gestão e Desempenho de Pessoal do Ministério da Economia autoriza uma parcela de servidores públicos – Bolsonaro incluído – a receber mais do que o teto remuneratório constitucional.
Guedes quer que o povo mais pobre pague pelas medidas eleitoreiras e por isso cogita não reajustar o salário mínimo e aposentadorias pela inflação. Com PT era inflação mais PIB do ano anterior, dando ganho real. Lula vai voltar e fazer de novo!
BOLSONARO NÃO MEXA NO MEU SALÁRIO
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) October 20, 2022
Desde junho do ano passado, o inquilino do Planalto e alguns integrantes da cúpula do Executivo tiveram ganhos de até 69%, bancados com dinheiro público, enquanto o funcionalismo está com salários congelados há cinco anos.
Com a norma, a remuneração bruta de Bolsonaro (aposentadoria e salário de presidente) passou de R$ 39,3 mil para R$ 42.259,66 mensais, ou quase 35 salários mínimos. O vice-presidente Hamilton Mourão, que é general da reserva, teve aumento de quase 64%, para um total de R$ 63,5 mil, entre salário e aposentadoria.
Na lista dos beneficiados constam outros militares aliados, como o atual candidato a vice Walter Braga Netto, com aumento de R$ 22,8 mil, totalizando R$ 62 mil; Luiz Eduardo Ramos, agora com salário de R$ 66,4 mil; e Augusto Heleno, R$ 63 mil mensais.
Bolsonaro ainda goza de benefícios como o cartão corporativo, com o qual torra em média R$ 875 mil em dinheiro público por mês, com despesas não transparentes. Ainda mais porque ele colocou sigilo de cem anos sobre a fatura do cartão corporativo.
“O salário está baixo” é o título do artigo de Bolsonaro para a revista Veja, além de ameaças terroristas, que rendeu 15 dias de cadeia para o então capitão do Exército, em 1986. Trinta e seis anos depois, o oficial aposentado por ser um “mau militar”, como disse na época o general Ernesto Geisel, trama formas de “se arrumar” enquanto ainda está no Planalto. Mas a mamata vai acabar.
URGENTE AGORA! Globo atesta veracidade da notícia de que Paulo Guedes irá reduzir ganhos do salário mínimo e aposentadorias caso Bolsonaro seja reeleito! pic.twitter.com/dHa5BbuEFr
— André Janones (@AndreJanonesAdv) October 20, 2022
Da Redação