Com voto do PT, Congresso derruba veto de Bolsonaro aos absorventes

O Congresso Nacional derrotou nesta quita-feira,10, a manobra de Bolsonaro contra a saúde menstrual das mulheres brasileiras. A deputada federal Marília Arraes (PT/PE), autora do Projeto de Lei 4968/2019, comemora a vitória

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Deputados e senadores derrubam veto de Bolsonaro contra distribuição gratuita de absorventes

Na semana em que é celebrado internacionalmente os direitos das mulheres, o Congresso Nacional conseguiu derrotar Bolsonaro a favor da dignidade menstrual feminina. Com a maioria dos votos de deputados e senadores, o veto 59 contra a distribuição gratuita de absorventes para mulheres em situação de vulnerabilidade social foi derrubado em sessão conjunta nesta quinta-feira, 10.

A autora do Projeto de Lei 4968/2019, deputada Marília Arraes (PT/PE), celebra a vitória com a maioria dos votos de parlamentares das duas casas legislativas.

“Hoje fizemos história ao reparar muita injustiça”.

O projeto da petista originou a lei do Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual (Lei 14.214/2021). O projeto prevê entre outros itens, a distribuição gratuita de absorventes higiênicos para estudantes de baixa renda e pessoas em situação de rua.

A proposta original foi aprovada com o objetivo de promover a dignidade menstrual, combatendo a chamada precariedade menstrual, que significa a falta de acesso ou a falta de recursos para a compra de produtos de higiene e outros itens necessários ao período da menstruação. No entanto, o presidente Jair Bolsonaro vetou seis trechos da proposição alegando falta de previsão de fontes de custeio e incompatibilidade com a autonomia dos estabelecimentos de ensino.

A senadora Zenaide Maia (PROS/RN), relatora do projeto de deputada Marília Arraes, também exalta vitória contra Bolsonaro e ressalta que a pobreza menstrual é uma realidade que precisa ser combatida no Brasil. “Uma em cada quatro meninas falta às aulas por não ter acesso a absorventes!”, afirma.

Zenaide também relembra o decreto de Bolsonaro, que foi oportunista na tentativa de pegar carona na proposta do PT. Dois dias antes da votação do Congresso, ele aprovou um decreto que condiciona a execução do Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual à disponibilidade orçamentária e financeira.

“Bolsonaro tentou até o último minuto barrar a distribuição de absorventes. Viu que ia perder no Congresso e editou esse decreto. A Lei aprovada no Congresso, cujo projeto, da deputada Marília Arraes, eu tive a honra de relatar, é mais ampla. É política de Estado, o que significa que permanecerá, independente de quem estiver à frente do Executivo. Viva a mobilização das mulheres!

Desigualdade de gênero

A parlamentar afirmou que ¼ (um quarto) das meninas do Brasil já faltaram à aula porque não tinham acesso a artigos de higiene menstrual. Com isso, acrescentou Marília, a desigualdade de gênero só aumenta.

“Essas meninas também têm que chegar em casa e fazer serviço doméstico, ajudar a mãe, ajudar em casa, e, muitas vezes, o menino não precisa fazer isso, porque essa cultura nós ainda estamos combatendo, para que as próximas gerações estejam pensando e vivendo diferente. Mas, hoje, nós temos essa oportunidade”, observou.

Política de Estado

Com a aprovação, Marília Arraes espera que essa lei passe a ser uma política de Estado, para que mesmo com a alternância de governo, ela permaneça e avance. “Esperamos que seja o primeiro passo para que as meninas de hoje sejam mulheres que atravessem menos dificuldade do que nós atravessamos”, finalizou.

Saúde da Mulher

A deputada Maria do Rosário (PT/RS) uma das coautoras da proposta comemorou os 426 votos favoráveis pela derrubada do veto. Ela lembrou que uma em cada quatro meninas brasileiras tem dificuldade de acesso a produtos de higienes no momento em que corre a menstruação.

“Não consegue, não tem acesso a produtos básicos de higiene, que lhe asseguram chegar à escola em condições de assistir aulas, de estar tranquila no momento em que se encontra em situação menstrual”, argumentou Rosário.

Deputados (as), vereadores (as) e senadores (as) do PT comemoram a vitória contra Bolsonaro em suas redes sociais. Confira:

Da Redação, com informações do PT na Câmara

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