Em ação eleitoreira, Bolsonaro se rende à distribuição de absorventes

Para a ex-presidenta Dilma Rousseff, em ação meramente eleitoreira, Bolsonaro apela para projetos sociais em ano eleitoral, sem garantia de continuidade dos programas

Site do PT

Em ação eleitoreira, Bolsonaro assina decreto de distribuição de absorventes que não garante execução permanente

Pegar carona nas propostas do Partido dos Trabalhadores (PT) virou hábito para Bolsonaro, que se apropria de ações alheias como vitrine do seu desgoverno. A nova investida foi aprovar um decreto de distribuição gratuita de absorventes dois dias antes do Congresso Nacional apreciar o veto (dele) a um projeto de lei do PT.

Visto como ação eleitoreira, o decreto condiciona a execução do Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual à disponibilidade orçamentária e financeira, conforme o artigo 7º do documento. Portanto, Bolsonaro não garante a possiblidade de execução permanente.

Na proposta 4968/2019, que foi vetada por Bolsonaro em 2021, a deputada Marília Arraes prevê a distribuição gratuita de absorventes higiênicos a estudantes, presidiárias e mulheres em situação de vulnerabilidade social.

Despreocupado com a dignidade da saúde menstrual, Bolsonaro foi contra seis trechos da proposta sob argumentos de falta de recursos e incompatibilidade com a autonomia das unidades de ensino.

Mesmo com o decreto, deputados e senadores do Partido dos Trabalhadores (PT) se mobilizam pela derrubada do veto 59, que está na agenda da sessão conjunta da Câmara e do Senado Federal desta quinta-feira, 10.

Distorção da política

Dilma Rousseff, ao comentar sobre as políticas sociais do governo de Bolsonaro, afirma que as propostas duram somente até as eleições, pois o maior objetivo é ganhar votos e não ajudar o povo brasileiro.

“Aqui eu quero destacar, justamente, essa distorção da política social do Bolsonaro. Ela sempre dura poucos meses e, quando os objetivos eleitoreiros dele são contemplados, ele acaba com o projeto. E aí a gente assiste a coisas com o seguinte teor: uma política de renda como o Auxílio Brasil, que dura só até a eleição. Hoje, a gente tá lendo nos jornais, que o Bolsonaro, que hoje tá fazendo, hoje vem fazendo, né, políticas sociais, que ele não fez durante todo o seu governo, ele está fazendo agora, no ano eleitoral, buscando ganhar adeptos”.

Manifesto coletivo

Em outubro do ano passado, um manifesto coletivo contra o veto de Bolsonaro ao Projeto de Lei 4968/2019 foi entregue no Congresso Nacional.

Parlamentares da Assembleia Legislativa de Santa Catarina e da Câmara Municipal de Florianópolis se mobilizam para derrubar o veto presidencial contra o PL da deputada Marília Arraes (PT/PE), aprovado pela Câmara Federal e Senado Federal.

Da Redação

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast