Comissão de Ética abre investigação contra Geddel; PT vai à PGR

Parlamentares pedem afastamento do ministro golpista e instauração de ação penal. Mesmo assim, o usurpador Temer manteve Geddel no cargo

Geddel Vieira Lima Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Parlamentares de PT e do PCdoB protocolaram representação na Procuradoria-Geral da República (PGR), nesta segunda-feira (21), pedindo o afastamento do ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima de suas funções, assim como a instauração de ação penal para apurar possíveis crimes cometidos pelo peemedebista.

A justificativa do pedido se baseia nas denúncias do ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, de que Geddel usou sua posição no governo para conseguir vantagens pessoais, pressionando pela aprovação de um empreendimento imobiliário em área tombada de Salvador (BA), embargado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O ministro da Secretaria de Governo é dono de um imóvel no edifício.

“O problema é o uso da administração pública para interesses pessoais e a pressão política feita por Geddel ao ex-ministro da Cultura. A entrevista concedida por Calero à Folha de São Paulo traz evidências de que ele foi muito pressionado. Portanto, são fatos que devem ser investigados”, afirmou o líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (BA).

Além da representação na PGR, Geddel também enfrentará outra investigação. É que a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu por unanimidade, também nesta segunda (21), abrir processo para investigar se o ministro-chefe da Secretaria de Governo de Michel Temer pressionou Calero para liberar a construção do empreendimento.

Inicialmente, cinco de sete integrantes da Comissão tinham dado aval para abertura da investigação, porém o conselheiro José Leite Saraiva Filho, indicado ao cargo pelo próprio Geddel, pediu vista do caso, adiando a definição para 14 de dezembro.

No mesmo dia, Saraiva voltou atrás, anunciando que votava favoravelmente à abertura da investigação. Geddel já foi notificado e tem 10 dias para enviar explicações à comissão.

Porém, apesar da denúncia e da decisão da Comissão de Ética, Temer decidiu manter Geddel no cargo.

Fortes ligações

Além de ter supostamente feito pressão para liberar o empreendimento, o ministro golpista Geddel tem também ligações ainda mais próximas com a construtora que tenta erguer uma torre de 107 metros próxima ao centro histórico e tombado de Salvador.

É que seus sócios num restaurante na capital baiana são os advogados da construtora que teve a obra embargada pelo Iphan, segundo apurou a Folha de S. Paulo.

Seu primo e sócio no restaurante Al Mare, Jayme Vieira Lima Filho, tem um escritório de advocacia que defende a Cosbat na Justiça baiana. O escritório Vieira Lima Filho Advogados Associados representa a construtora em uma ação de 2011. Tanto Jayme quanto outro primo de Geddel, Pedro Luz, constam como advogados da empreiteira no processo.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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