Conheça 17 mulheres negras e latinas que são destaque no audiovisual
Levantamento do Brasil de Fato revela grandes nomes do cinema nacional
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Levantamento do portal Brasil de Fato trouxe 17 cinegrafistas, produtoras, roteiristas, editoras e da fotografia que se destacam no cenário audiovisual brasileiro. Cada uma delas carrega em seus trabalhos a resistência, a força e o protagonismo de serem mulheres negras e latinas nas artes em um país que ainda não está acostumado a reconhecer a autoria de uma obra visual assinada por mãos não brancas.
Confira a lista:
Audiovisual
1. Adélia Sampaio
É a primeira negra a dirigir um longa-metragem no Brasil – Amor Maldito, lançado em 1984, que também é considerado o primeiro filme lésbico brasileiro. Além do longa, Adélia dirigiu três curtas entre as décadas de 70 e 80.
2. Yasmin Thayná
A cineasta Yasmin Thayná é fundadora do canal de streaming colaborativo “Afroflix”, curadora da Festa Literária das Periferias (FLupp) e diretora do longa “Kbela, o filme”, que fala sobre o embranquecimento na sociedade e a difícil tarefa das mulheres negras em se adequarem aos padrões e suprimirem sua identidade.
3. Viviane Ferreira
Viviane é cineasta baiana que vive em São Paulo. Lançou o filme O dia de Jerusa, que em 2014 foi selecionado para o Festival de Cannes, na categoria “curta-metragem”. O filme traz à tona uma reflexão sobre a velhice e a solidão.
4. Juliana Vicente
A diretora, produtora e roteirista Juliana Vicente fundou a produtora “Preta Portê” filmes, que fomenta o cinema de inclinação social e que promove a diversidade. Ela é diretora do curta “Cores e Botas”, de 2010, que mostra a vontade de uma criança negra em ser “paquita” do programa da apresentadora infantil Xuxa. Em 2013 lançou “Olho de Zarolho”, uma fábula sobre a família moderna. Em 2015 dirigiu o documentário “Minas do Rap”, que narra a trajetória de mulheres negras mc’s como Mc Soffia e Negra Li. Produziu o clipe “Mil Faces de Um Homem Leal”, da banda de Rap Racionais Mc’s e está em fase de captação de recursos para documentar os 25 anos do grupo.
5. Renata Martins
Renata Martins é idealizadora do projeto “Empoderadas”, junto com mais dez mulheres negras comunicadoras. É diretora do filme “Aquém das Nuvens”, premiado e exibido em mais de dez países.Além disso é roteirista colaboradora na nova temporada de “Malhação, Viva a diferença”, da Rede Globo, que foi elogiada por estar mais inclusiva e diversa.
6. Karoline Maia
Karoline é uma das diretoras da web série “Nossa História Invisível”, lançada no ano passado e que narra os percalços de mulheres negras em 10 episódios. Ela divide a direção com outras cineastas negras: Agnis Freitas, Camila Izidio e Carol Rocha. Confira o primeiro episódio da série, com a blogueira negra e trans Rosa Luz:
7. Badu Badu
A artista compõe o coletivo de inclusão artística “Nagô” e é uma das diretoras do documentário homônimo que será lançado nesta quinta (27), no Centro Cultural da Juventude (CCJ) Nova Cachoeirinha. O filme é produzido por negros e negras e feito para dialogar com eles e elas também, abordando pontos dolorosos da identidade negra na sociedade racista.
8. Fernanda Lomba
A paulistana Fernanda Lomba é produtora executiva e coordenadora de produção. Ela participou do projeto “Foice a Face – representatividade negra nas artes”, rodado em Salvador, no ano passado.
9. Joyce Prado
A cineasta é diretora, editora e captou imagens para o filme “Okán Mímó: Olhares e palavras de afeto”, uma série de demonstrações de amor dos adeptos do candomblé pelos seus orisás, voduns e inkises por meio da palavra.
10. Day Rodrigues
Day Rodrigues é cineasta e recentemente lançou o longa “Mulheres Negras Projetos Mundo”. O elenco têm a rapper Luana Hanssen, a filósofa Djamila Ribeiro e outras oito mulheres, que contam como é ser mulher negra no Brasil.
11. Priscila F Pascoal
É fotógrafa e videomaker na Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop, que está presente em 15 Estados brasileiros e busca fortalecer ações protagonizadas por mulheres que atuam no Hip Hop. Está com o documentário “Pretas no Hip Hop” presente no Festival Latinidades de Brasília (DF) e no Festival Brasil, África, Caribe Zózimo Bulbul.
Conheça mais de seu trabalho
12. Carol Rodrigues
É cineasta e fundadora do site colaborativo “Mulheres Negras no Audiovisual brasileiro”, que promove a inserção de trabalhos de mulheres negras, pardas e indígenas. O projeto surgiu de um coletivo feminista “PrograMaria”, que visa o empoderamento nas áreas de tecnologia.
Confira aqui
13. Jessica Queiroz
A cineasta cresceu na periferia de São Paulo, em Ermelino Mattarazo e leva a cultura periférica em sua arte, sobretudo numa vertente da arte tão cara e excludente como é o cinema. Em 2015 lançou o curta “Número e Série”, que fala sobre escolas públicas e no mesmo ano, no centenário da escritora e catadora Carolina Maria de Jesus dirigiu “Vidas de Carolina”, que traça um paralelo entre Carolina e a vida de mulheres catadoras de resíduos recicláveis, em São Paulo.
14. Sabrina Fidalgo
A cineasta carioca Sabrina Fidalgo é filha do ator, diretor e produtor Ubirajara Fidalgo e da cenógrafa e produtora Alzira Fidalgo, que criaram o Teatro Profissional do Negro (TEPRON), ela já acumula a vivência e o gosto pelas artes do berço e já acumula diversos trabalhos premiados. Ela atuou e dirigiu os curtas “Sonar – Special Report”, “Das Gesetz des Stärkeren (A Lei do Mais Forte)”, “Black Berlim”, “Cinema Mudo”, “Personal Vivator e seu trabalho mais recente é o curta “Rainha”, que ganhou prêmio de melhor filme pelo júri popular do Festival Internacional de curtas do Rio de Janeiro.
Fotografia
15. Marcela Bonfim
“A Amazônia me fez descobrir a minha negritude”. É assim que a fotógrafa Marcela Bonfim define seu trabalho “(Re) conhecendo a Amazônia Negra”. A jauense formada em economia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC -SP) encontrou na fotografia terreno fértil para desvendar sua própria identidade e a paixão por retratar realidades tão distantes, mas ao mesmo tempo tão próximas a sua. Ela capturou imagens de mulheres ribeirinhas e quilombolas da região amazônica e agora está com sua exposição em cartaz no Sesc Rondônia até 19 de agosto. Confira mais aqui.
(Re) conhecendo a Amazônia Negra
16. Helemozão
A soteropolitana se dedica a capturar imagens de seu cotidiano, da periferia sem sangue e violência, do empoderamento da juventude negra, a sensibilidade dos corpos femininos. A jovem de apenas 22 anos queria ser advogada, mas investiu suas economias em uma câmera usada e saiu pelas ruas de Salvador buscando inspiração. Confira seu instagram.
17. Alile Dara Onawale
A jovem fotógrafa baiana ganhou de sua avó uma Kodak C310 de presente, aos 15 anos. Hoje, com 24 e formada em fotografia, reside em São Paulo e fotografa mulheres negras. A ancestralidade está muito presente em seus cliques. Ela foi responsável pelas fotografias “still”, de divulgação, do longa “Kbela”, de Yasmin Thayná.
Confira seu trabalho aqui.