Contra democracia, bolsonarismo espalha fake news sobre urnas eletrônicas
Com proximidade das Eleições, bolsonaristas inundam redes sociais com diversas mentiras para descredibilizar urnas eletrônicas. Enquanto no Brasil, o bolsonarismo questiona as urnas eletrônicas, nos Estados Unidos Trump ataca o voto pelos Correios. Ou seja, o que interessa é colocar a democracia sob desconfiança
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Ainda falta pouco mais de um mês para o primeiro turno das eleições municipais, mas bolsonaristas já começaram o trabalho para descredibilizar as urnas eletrônicas. Somente na última semana, a central de monitoramento de fake news da Verdade na Rede identificou pelo menos cinco mentiras sobre o tema. Enquanto no Brasil, o bolsonarismo questiona as urnas eletrônicas, nos Estados Unidos Trump ataca o voto pelos Correios. Ou seja, o que interessa aos dois é colocar a democracia sob desconfiança.
É bom lembrar que no início do ano o próprio Bolsonaro colocou em dúvida as urnas eletrônicas brasileiras que o elegeram. Em 24 anos jamais se comprovou uma fraude nas urnas eletrônicas. O questionamento infundado sobre uma tecnologia reconhecida internacionalmente como referência de segurança é parte de uma estratégia de enfraquecimento da democracia. O golpe de 2016 ganhou corpo assim: com o questionamento do resultado da urnas em 2014 e um pedido de recontagem por parte do PSDB.
Portanto, é importante registrar aqui alguns desmentidos sobre as urnas eletrônicas:
- É falso que documento prova que Bolsonaro venceu no 1º turno e houve fraude nas eleições de 2018. Desde 2018 essa mentira se espalha e até a NSA, agência de segurança nacional dos EUA, apareceu em uma delas. Bolsonaro nunca apresentou provas de fraude e a equipe técnica do TSE descartou a tese. “Qualquer possível ou eventual fraude no procedimento de totalização seria facilmente detectável pela conferência do boletim de urna impresso com o boletim de urna divulgado pelo TSE”, afirma o órgão, que destaca que a eleição é 100% auditável.
- É falso que 7,2 milhões de votos foram anulados pelas urnas na eleição de 2018. Essa mentira também não é nova, mas voltou a circular recentemente. Os 7,2 milhões de votos nulos não foram anulados pelas urnas, mas sim pelos próprios eleitores. Também é errado dizer, como consta na fake news, que só se pode anular votos de papel – o voto eletrônico também pode ser anulado pelo eleitor, ao digitar um número inexistente.
- É falso que somente Brasil, Cuba e Venezuela usam urnas eletrônicas. De acordo com o Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral (International IDEA), 26 países usam urnas eletrônicas nas eleições gerais e outros 16 em votações regionais. Em Cuba, o voto é com cédula de papel.
- É falso que urnas eletrônicas são fabricadas na Venezuela. Nossas urnas nunca foram fabricadas lá. Desde 1999 são feitas nos Estados Unidos, com tecnologia brasileira, pela empresa Diebold, por meio de licitação. Para as eleições de 2022, a fabricante será a brasileira Positivo Tecnologia.
- É falso que o Paraguai vetou o uso de urnas eletrônicas brasileiras nas Eleições deste ano. O país sequer teve ou terá eleições em 2020. A notícia que circula é de 2013, quando o Congresso paraguaio foi contra o uso de modelos defasados, de 1996, que não são mais usadas no Brasil desde 2002.
Não deixe a mentira vencer essas eleições.