COP 26: PT cobra ações concretas para reverter desmatamento no Brasil

O maior responsável pelo aumento na emissão de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil é o desmatamento. O crescimento no número de queimadas no país, estimulado pelo governo de Jair Bolsonaro, conseguiu incluir o Brasil em um patamar de desconfiança mundial no combate ao aquecimento global.

Representantes do Partido dos Trabalhadores (PT), que participam da 26ª Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-26), em Glasgow, destacam os retrocessos promovidos por Bolsonaro. Para os parlamentares, o apoio a garimpeiros ilegais, o extermínio dos povos indígenas – que mantêm a floresta em pé -, a desvalorização dos povos tradicionais, o desmatamento de áreas de proteção e os desmontes de órgãos ambientais são provedores de um desprestígio do país no acordo internacional.

“O governo tem o descrédito do mundo inteiro porque as políticas não dialogam com o comprometido na redução de gases de efeito estufa. O aumento das queimadas e o desmatamento mostram para o mundo que o governo está mentindo”, ressalta o secretário Nacional de Meio Ambiente do PT e deputado federal, Nilto Tatto (PT/SP).

Presente no evento nesta quinta-feira, 4, Nilto afirma que apesar de existir dois Brasis na COP: um com representação de camponeses, quilombolas e movimentos populares preocupados com a crise climática; e outro privatizado pelas Confederações Nacionais da Indústria (CNI) e da Agricultura (CNA), que “está fazendo tudo errado”, há uma expectativa de que os líderes mundiais tomem atitudes mais ousadas para estabelecer metas na redução de GEE.

Cientistas reforçam que é necessário novas medidas, pois o que foi acordado nas conferências anteriores, “se der certo, vai dar errado no final”. Portanto, o que foi combinado no passado não é mais suficiente diante do aumento da temperatura da Terra.

Ouça, na íntegra, a entrevista de Nilto Tatto sobre a COP-26 para a Rádio PT:

Apoio aos povos indígenas

Durante a conferência, foi acertado a criação de um fundo para apoiar os povos indígenas. Nilto Tatoo ressalta que os indígenas são responsáveis pela proteção de pelo menos 80% das florestas em todo o planeta.

“Boa parte da biodiversidade estão sob proteções dos povos indígenas, mas nem a metade dessas áreas está sob o domínio deles”.

Mulheres na vanguarda

Representando o governo do PT no Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra promoveu uma live na COP-26 nesta quinta-feira sobre a defesa do pioneirismo feminismo na luta ambiental e sobre o crescimento das desigualdades no Brasil.

A governadora participou do painel “O Nordeste brasileiro e o potencial da transição energética justa no Brasil: mulheres na vanguarda da transição energética” e destacou o cenário brasileiro sobre a política ambiental.

“Infelizmente, começamos tendo que admitir que o nosso cenário é de retrocessos. Em menos de três anos, os índices ambientais do clima pioraram, o desmatamento da Amazônia aumentou e a emissão dos gases de efeito estufa cresceu. Temos ainda um dos maiores desafios, que é o aumento da pobreza e das desigualdades sociais no Brasil, intensificando a pobreza e a miséria. É justo seguir emitindo gases de efeito estufa, utilizando a energia limitada do planeta para que poucas famílias continuem enriquecendo, enquanto a grande maioria está na miséria?”

O painel foi promovido pelo Instituto Alziras e contou com a participação da prefeita de Jandaíra (RN), Marina Marinho.

Da Redação