CPMI do Golpe convoca mais um terrorista bolsonarista para depor
Parlamentares esperam ouvir, nesta quinta-feira (27), Alan Diego dos Santos Rodrigues, um dos três condenados pela tentativa de explodir um caminhão de combustível no aeroporto de Brasília
Publicado em
O terrorismo bolsonarista volta a ser foco da CPMI do Golpe nesta quinta-feira (28). O convocado para comparecer à comissão parlamentar mista de inquérito é Alan Diego dos Santos Rodrigues, um dos três condenados pela tentativa de explodir um caminhão de combustível no aeroporto de Brasília.
Alan Diego é o terceiro participante do atentado frustrado a ser convocado pela CPMI. George Washington de Oliveira Sousa depôs em 22 de junho, e o blogueiro Wellington Macedo, ex-assessor do Ministério da Mulher durante a gestão de Damares Alves, teve de comparecer perante o colegiado no último dia 21.
Os três foram responsáveis por um atentado que, se desse certo, poderia ter provocado uma tragédia sem precedentes na história brasileira, pois o plano era explodir um caminhão que transportava 63 mil litros de querosene na área interna do aeroporto de Brasília na véspera do Natal de 2022 (veja vídeo abaixo).
A ideia, mostraram as investigações, era provocar um caos social que levasse à decretação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e desse início a um período de maior controle do país pelas Forças Armadas. Para os golpistas, a GLO seria o primeiro passo para que Jair Bolsonaro continuasse na Presidência mesmo após perder as eleições. Exatamente a mesma motivação que levou aos ataques do 8 de Janeiro.
Golpe alimentado pela extrema direita
O atentado frustrado comprova que as narrativas golpistas alimentadas por Jair Bolsonaro e seus cúmplices (leia sobre isso aqui) produziram uma massa de brasileiros dispostos a atentar contra a democracia fazendo uso até mesmo de ações terroristas.
Um dos parlamentares que apresentaram requerimento para a convocação de Alan Diego, o deputado federal Rubens Pereira Júnior (PT-MA), ressaltou à Agência Senado que o terrorista ajudará a mostrar como o 8 de Janeiro está ligado a eventos anteriores, ligados a toda uma narrativa golpista alimentada pela extrema direita (incluindo o ex-presidente Bolsonaro e parlamentares).
“Ele possui diversos registros em redes sociais em manifestações contra o resultado das eleições e, junto de lideranças políticas bolsonaristas, como Hélio Negão, Daniel Silveira, Magno Malta e Zé Trovão. Teria participado, ainda, de bloqueios a rodovias, tendo permanecido no quartel-general do Exército”, lembrou o deputado.
Da Redação