Dandara Tonantzin: “É uma alegria assumir essa presidência”
Deputada federal (MG) é eleita por unanimidade presidenta da Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais
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A deputada Dandara Tonantzin (PT-MG) foi eleita, por unanimidade, nova presidente da Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (19/3). Ela assume o cargo em substituição à deputada Dilvanda Faro (PT-PA), que presidiu a comissão em 2024. A mineira reforçou, em seu discurso, o compromisso com a proteção dos biomas brasileiros e a valorização das comunidades que os habitam.
“É uma alegria assumir essa presidência”, afirmou Dandara, que destacou o momento histórico para o Brasil e a Amazônia, especialmente com a realização da COP30 em Belém (PA), em novembro deste ano. “Mais do que um evento internacional, essa é uma oportunidade histórica para reafirmarmos o nosso compromisso com a proteção da Amazônia e com a centralidade dos povos originários e comunidades tradicionais para a preservação da nossa sociobiodiversidade”.
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Representatividade
Ao transferir o cargo para a nova ocupante, Dilvanda Faro celebrou a trajetória da comissão e destacou a importância da representatividade feminina. “O primeiro ano foi uma indígena, o segundo ano foi uma amazônida e o terceiro ano é uma quilombola. Sempre mulheres. Estou muito feliz com o que estamos construindo aqui”. Ela também ressaltou as conquistas da comissão em 2024, como a realização de 37 reuniões, 16 audiências públicas, cinco seminários e duas reuniões de debates, além da deliberação de 83 proposições e 55 requerimentos voltados para povos originários, comunidades tradicionais e agricultura familiar.
Políticas públicas
Nova presidenta da comissão, Dandara Tonantzin enfatizou a necessidade de políticas públicas que integrem justiça climática e justiça social. “Não há solução para a crise climática sem assegurar terra, direitos e dignidade para quem protege a floresta há séculos”, declarou. Ela também destacou a importância de reconhecer todos os biomas brasileiros, como Cerrado, Pantanal, Caatinga, Pampa e Mata Atlântica, e as comunidades que neles vivem. “A terra não nos pertence, nós pertencemos a ela”, citou, referindo-se a um provérbio indígena.
A deputada federal defendeu um modelo de desenvolvimento sustentável que respeite a diversidade cultural e a biodiversidade, garantindo que as riquezas naturais beneficiem toda a sociedade. “A transição para uma economia de baixo carbono precisa ser justa, inclusiva e orientada pelo respeito aos saberes e práticas das populações que vivem da terra e dela dependem”, disse.
Dandara também reforçou o papel estratégico da comissão nos debates nacionais e globais. “Queremos que tenha um papel fundamental nos debates mais importantes para o Brasil. Estaremos na COP30, mas também promovendo seminários, audiências públicas e escutas ativas. Esta comissão está aberta a quem realmente precisa”, esclareceu.
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Biografia
Primeira mulher negra eleita deputada federal pelo PT de Minas Gerais, Dandara Tonantzin é pedagoga, mestra em educação e militante do movimento negro. Iniciou sua trajetória política ainda no ensino médio, quando começou a se engajar politicamente, refundando o grêmio estudantil e lutando contra o aumento da passagem de ônibus.
Ingressou na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) aos 16 anos, como cotista no curso de pedagogia. Em seguida, fez mestrado em Educação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Dandara foi presidente do diretório acadêmico do curso, coordenadora-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE–UFU) e diretora de políticas educacionais da União Estadual dos Estudantes (UEE-MG). Também atuou como militante do Coletivo Nacional de Juventude Negra (Enegrecer) e exerceu a função de conselheira do Conselho Nacional de Promoção de Igualdade Racial (CNPIR).
Nas eleições de 2020, foi a vereadora com o maior número de votos na cidade de Uberlândia. Em 2023, assumiu seu 1º mandato de deputada federal, após ter sido eleita com 86.034 votos.
Do PT na Câmara