Defensoria quer fim de operação policial no Guarujá; PT na Alesp acionou MP
Operação da PM paulista já deixou 16 mortos, sendo considerada a segunda mais letal do estado, perdendo apenas para a do Carandiru, afirma o órgão
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A Defensoria Pública de São Paulo pediu ao governo de São Paulo o fim imediato da ação policial no Guarujá, que já matou 16 pessoas, e que já é considerada a segunda mais letal da PM paulista (depois de Carandiru). A operação teve início em 29 de julho passado e foi motivada pelo assassinato de um soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar).
Na quarta-feira (2), as defensoras públicas Fernanda Balera, Surrailly Youssef e Cecilia Nascimento, coordenadoras do Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos (NCDH) assinaram ofício onde recomendam que a Secretaria da Segurança Pública (SSP) tome as providências necessárias para Interrompa a operação imediatamente.
Os defensores destacam no ofício que a operação é considerada a segunda mais letal da história da PM paulista, perdendo apenas para o massacre do Carandiru, que deixou 111 mortos. Além disso, elas também pediram o uso de câmeras corporais nos uniformes de todos os policiais militares e civis envolvidos na operação, para que seja feito o registro das abordagens.
A Bancada do PT e da Federação PT/PCdoB/PV na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), através do seu líder, deputado Paulo Fiorilo (PT) acionou o Ministério Público de São Paulo para que o órgão apurasse as ações e as circunstâncias de toda a operação.
Queremos apuração da ação policial no Guarujá.https://t.co/7svDB2PsKU
— Paulo Fiorilo (@paulofiorilo) August 1, 2023
“A escalada de violência resultante da operação policial para prender os envolvidos no crime não pode ser naturalizada como pretende o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ameaça, intimidação e mais mortes não podem caracterizar instituições e poder público no combate ao crime “, diz um trecho do documento enviado ao Ministério Público de SP.
O deputado estadual pelo PT paulista, Eduardo Suplicy, também acompanha o caso de perto e pediu ao governo paulista detalhes da operação, além de ter feito uma visita a um dos locais onde ocorreu uma operação policial, recorrente de parlamentares e representantes de movimentos de direitos autorais humanos, para ouvir relatos de moradores.
Junto a um Comitê, que reúne parlamentares e representantes de movimentos de direitos humanos, estive hoje no bairro da Conceiçãozinha, no Guarujá. Ouvimos relatos dos moradores e acho que seria importante que o Governador @tarcisiogdf também viesse fazer uma visita. pic.twitter.com/hNCjMsiMeZ
— Eduardo Suplicy (@esuplicy) August 2, 2023
Movimentos sociais e organizações, como a União Brasileira dos Estudantes (UNE), promoveram manifestações e ato de repúdio na quinta-feira (3), em São Paulo, para denunciar a violência policial e pedir o fim da operação e apuração das mortes registradas no Guarujá.
Também na Câmara Federal e pela sua rede social, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) denunciou a violenta repressão da PM paulista contra a população do Guarujá, mas deixou claro que não estava fazendo nenhuma defesa do criminoso que assassinou um policial militar.
CHEGA DE MATANÇA! Eu não vou, em momento algum, defender criminoso que assassinou policial militar. No entanto, essa operação promovida pela PM de SP está reprimindo, violentamente, a população do Guarujá que também é vítima da criminalidade na região. Mais de uma dezena de… pic.twitter.com/Y1wrmjLHZ5
— Zarattini (@CarlosZarattini) August 2, 2023
Da Redação