Denúncia contra Glenn Greenwald é arbitrária, critica Rogério Carvalho
Mesmo sem ser investigado ou indiciado, jornalista Glenn Greenwald foi denunciado no âmbito da operação Spoofing
Publicado em
O senador Rogério Carvalho (SE), vice-líder da bancada do PT no Senado, reagiu nesta terça-feira (21 ao anúncio de que o jornalista Glenn Greenwald foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da operação Spoofing que investiga a invasão de celulares de autoridades.
O jornalista do The Intercept Brasil foi denunciado sem, sequer, ser investigado ou indiciado. O The Intercept Brasil publicou, no ano passado, diálogos do então juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, com procuradores da Operação Lava Jato, dentre eles, Deltan Dallagnol.
“Ao que parece, o Ministério Público Federal está acusando para se defender da vergonha de não punir Deltan Dallagnol por tantos crimes. A organização criminosa está nas conversas divulgadas pelo The Intercept Brasil. O conluio entre Deltan e Moro, onde quem julga combina sentença com quem acusa, é crime”, criticou o senador que afirmou ter chegado o momento de “a Justiça agir com coerência”.
A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que a denúncia contra Glenn Greenwald é fruto de vingança do Ministério Público contra o jornalista que denunciou crimes da Lava Jato e a parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro contra o ex-presidente Lula.
“Querem Estado policial, com mais farsas, ilegalidades e arbitrariedades. PT solidário com Glenn, em defesa da liberdade de imprensa”, destacou Gleisi.
Em nota, a defesa do jornalista Glenn Greenwald classificou a denúncia como “um expediente tosco” e afirmou que o objetivo, de fato, é depreciar o trabalho jornalístico.
Quem assina a denúncia?
Segundo informações do site Brasil 247, o procurador da República Wellington Divino de Oliveira, que assina a denúncia contra Glenn Greenwald por “invasão de celulares”, é um aliado de Sérgio Moro. Ele foi sargento do Exército por 13 anos e chefe da Procuradoria Geral da República em Goiás. Oliveira persegue Lula há mais de uma década anos e agora também persegue o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.
Lavajatista, o procurador Welligton Oliveira iniciou a perseguição a Lula muito antes de a operação político-judicial de Sergio Moro existir. Em 2007, Oliveira apresentou sua primeira denúncia contra Lula, quando ele ainda ocupava a Presidência, por suposto “desvio” de recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen).
Quase dez anos depois, em 2016, no embalo da Lava Jato, Oliveira chegou a ponto de abrir uma investigação por Lula ter supostamente ter se apropriado de um crucifixo que lhe teria sido presenteado quando era presidente.
Em dezembro de 2019, Oliveira denunciou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, sob a acusação de ter caluniado o ministro da Justiça, Sergio Moro.
Por PT no Senado