Dilma confia que Senado vai arquivar golpe, dizem deputados

Caso a maioria simples dos senadores (41 dos 81 votos) não aprove o prosseguimento do processo, o impeachment é enterrado

A presidenta Dilma Rousseff participa de encontro com deputados. Na foto, a deputada federal Jandira Feghali e a presidenta Dilma Rousseff. Foto: Roberto Stuckert/ PR

Após encontro com a presidenta Dilma Rousseff, nesta segunda (18), deputados federais que integram a base do governo na Câmara afirmaram que ela está confiante de que os senadores irão votar contra a continuidade do processo de impeachment aberto neste domingo (17) pela evidente falta de sustentação jurídica. Se a maioria simples do Senado (41 votos) não aprovar o prosseguimento do processo, a tentativa de golpe é enterrada.

Líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE) disse que os deputados que votaram contra o impeachment permanecerão atuando no Senado. “Nossa participação continua importante para barrar o golpe. Nas ruas, nas relações que temos com o Senado. A luta está apenas começando, tem um longo período de disputa política. E nós dissemos para ela: ‘presidenta, estamos com a senhora até debaixo d’água’”, afirmou.

Para Guimarães, a votação pela abertura do impeachment deixou as pessoas “chocadas” pelas manifestações dos deputados que votaram a favor do golpe, que não se basearam em argumentos sólidos. “O país amanheceu triste porque aconteceu um espetáculo midiático que a Câmara montou para aprovar um impeachment sem causa jurídica. E [ficaram chocadas com] as falas daqueles que só sabem agredir”, disse. “O país assistiu aquele espetáculo e tenho certeza que vamos virar o jogo.”

Na avaliação da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que também participou da reunião com Dilma, “a Câmara se desnudou”. “A sociedade enxergou claramente o acordo Michel Temer-Eduardo Cunha, os acordos espúrios que eles fizeram para salvar Cunha e vários deputados da Lava Jato”, afirmou. “As ruas vão intensificar o seu trabalho, não vamos dar de barato esses dez dias para a votação no Senado.”

Segundo a deputada, a avaliação técnica “é tão límpida que ninguém em sã consciência pode votar no mérito como crime de responsabilidade”, mas que se trata de uma votação com viés político e, por isso, é necessário “cuidar” da parte técnica e da parte política em paralelo.

Jandira Feghali lembrou que a presidenta Dilma foi “temperada na adversidade, na dificuldade” e está com “muita firmeza” para enfrentar o momento adverso.

O ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Jaques Wagner, também participou da reunião da presidenta e com os deputados.

 Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Blog do Planalto

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