Dinheiro para trocar cartão do Bolsa Família alimentaria 67.500 famílias

Governo insiste em gastar cerca de R$ 324 milhões para tirar o nome do Bolsa Família de cartões. Com esse dinheiro, poderia pagar R$ 400 por 12 meses a 67.500 famílias, ou 270 mil pessoas

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Ao gastar com troca de cartões, Bolsonaro mostra que sua prioridade é ele mesmo

Jair Bolsonaro não desiste mesmo da ideia de gastar dinheiro público para trocar os cartões do Auxílio Brasil. Na sexta-feira (3), Flávio Bolsonaro, que foi destacado para coordenar a tentativa de reeleição do pai, anunciou que a troca deve ocorrer em até duas semanas.

O objetivo da troca é um só: apagar o nome do Bolsa Família. É que, quando inventou o Auxílio Brasil às pressas, para colocar no lugar do programa criado por Lula, Bolsonaro teve de continuar usando os cartões do Bolsa Família no pagamento do benefício. Agora, quer fabricar novos cartões para fazer propaganda e tentar ganhar votos.

Mas a troca não é nada barata. Segundo apurou a Folha de S. Paulo, a Caixa Econômica estimou que cada cartão deve custar R$ 18. Como hoje são pagos cerca de 18 milhões de benefícios, o gasto seria de R$ 324 milhões, conforme apontaram deputados do PT e de outros partidos da oposição ao Tribunal de Contas da União (TCU), em pedido de suspensão da troca de cartões (leia aqui o documento). 

Com esse dinheiro, sabe quantas famílias poderiam receber, durante 12 meses, o valor de R$ 400 mensais? 67.500 famílias. Portanto, Bolsonaro prefere trocar o nome do programa que aparece no cartão do que matar a fome de 270 mil brasileiros, se considerarmos que cada família tem em média 4 pessoas.

LEIA MAIS: População percebe a farsa do Auxílio Brasil de Bolsonaro

O mais cruel desta história é que milhares de famílias estão à espera do benefício, mas ouvem do governo que não há dinheiro para incluí-las no programa. Segundo reportagem publicada pelo UOL no fim do mês passado, 3,2 milhões de famílias em situação de pobreza ou de extrema pobreza estão no Cadastro Único, mas continuam fora do Auxílio Brasil. E o próprio governo já reconheceu o cadastro de 764 mil dessas famílias, informa a Folha.

Ou seja, em vez de se preocupar em conseguir dinheiro para diminuir a fila de espera dos que não têm o que comer, Jair Bolsonaro prefere gastar com novos cartões na esperança de conquistar votos. É o máximo do egoísmo.

Da Redação

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