Direitos Humanos da Câmara pede apuração das mortes no Jacarezinho

O presidente Carlos Veras demandou providências para esclarecer os fatos e a consequente imputação das sanções legais. Segundo as informações, a ação dos policiais indica uso desproporcional da força e desrespeito a uma série de princípios internacionais

Gustavo Sales

Deputado Federal Carlos Veras (PT-PE)

O deputado e presidente da CDHM, Carlos Veras, envio ofício, nesta quinta-feira, ao Governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, solicitando a apuração das mortes na comunidade do Jacarezinho. A presidência da Comissão também solicitou informações ao Procurador-Geral de Justiça do Rio de Janeiro, ao Ministério Público e ao Ministro da Justiça. Carlos Veras demandou providências no sentido de esclarecer os fatos, e a aplicação das penalidades cabíveis.

Segundo informações divulgadas na imprensa durante o dia, a operação policial “Exceptis”, realizada por policiais civis da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, com apoio de outras unidades do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), do Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), na Comunidade do Jacarezinho, deixou ao menos 25 pessoas mortas.

​Os relatos dos moradores, colhidos pela imprensa, denunciaram “corpos espalhados pelas vielas da comunidade”, agressões sofridas, invasão de casas, confisco de celulares pelos policiais, sob a alegação de que os moradores estavam mandando informações para traficantes. Relataram, também, um número de mortos maior do que os computados. Dois policiais também foram mortos.

​Outra publicação registra que policiais entraram numa casa, perseguindo um suspeito, e o encontraram no quarto da criança. Os moradores teriam ouvido os disparos que mataram o suspeito da sala. “A família relatou pra gente que ele já entrou na casa ferido e desarmado”, disse Rodrigo Mondego, representante da OAB, à reportagem.

As informações divulgadas apontam para uso desproporcional da força e indicam desrespeito a uma série de princípios internacionais sobre a conduta adequada a funcionários responsáveis pela aplicação da lei.

O documento reforçou que decisão do Supremo Tribunal Federal, de junho de 2020, proibiu a realização de operações policiais, salvo “em hipóteses absolutamente excepcionais”, informadas e acompanhadas pelo Ministério Público.

 Do PT na Câmara/Assessoria CDHM

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