Diretor da CNI diz que Brasil perdeu com neoliberalismo e defende política industrial
Rafael Lucchesi, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), atesta perdas sofridas com a adoção do modelo no passado recente e reforça agenda de reindustrialização do país
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O diretor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi, afirmou durante entrevista à TV 247 que o Brasil enfrentou perdas significativas com a adoção do neoliberalismo. “O Brasil foi o país que mais perdeu com o neoliberalismo e os críticos da política industrial estão presos ao passado”, afirmou ele.
O empresário enfatizou durante a entrevista que o Brasil e outros países ocidentais que seguiram as ideias do liberalismo nas últimas quatro décadas tiveram como resultado uma regressão significativa, “especialmente no que diz respeito à capacidade de criar cadeias de desenvolvimento econômico e social”.
Lucchesi destacou que o Brasil foi o país mais prejudicado por essa abordagem e que perdeu terreno para outras nações, principalmente a ascensão da China como superpotência industrial.
Assista a íntegra da entrevista de Rafael Lucchesi à TV 247
Com relação à postura adotada pelo governo dos Estados Unidos sobre a política industrial, especialmente sob a administração do presidente Joe Biden, ele observou que o Brasil tem resistido à ideia de reorientar o crescimento industrial para gerar emprego e renda, atribuindo essa resistência a uma concepção ultrapassada que não tem trazido resultados positivos. Ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos.
Política industrial
O diretor da CNI destacou a importância de uma política industrial como catalisadora da retomada do crescimento econômico nacional. Ele elogiou a Nova Indústria Brasil, lançada nesta semana pelo governo Lula e defendeu a importância da política industrial, enfatizando que seu impacto fiscal é nulo e que os investimentos propostos são modestos em comparação com outras nações.
Na opinião de Rafael Lucchesi, é urgente uma mudança de paradigma, especialmente diante das oportunidades oferecidas pela transição energética, bioeconomia e descarbonização, observando que países como os Estados Unidos e a União Europeia estão investindo trilhões de dólares em políticas industriais robustas, enquanto o Brasil carece da mesma capacidade macroeconômica e fiscal para implementar iniciativas semelhantes.
Para ele, a indústria é fundamental para a geração de empregos de qualidade, aumento da produtividade e impulso à economia de serviços. E sobre a viabilidade e eficácia da política industrial, Lucchesi enfatizou que o Brasil tem um potencial significativo para liderar a transição para energias limpas e tecnologias verdes, já que”a indústria brasileira é sofisticada e capaz de competir globalmente, desde que receba o apoio e investimento necessários”.
Da Redação, com TV 247