Nova política industrial: mais crescimento para o Brasil, por Reginaldo Lopes

Para impulsionar ainda mais o crescimento, a indústria será crucial, assegurando um país mais dinâmico, moderno e ecologicamente sustentável, menos desigual e mais justo, destaca Lopes, em artigo

Gabriel Paiva

O país tem o gigantesco desafio de superar sua histórica vocação primário-exportadora, tendência acentuada nos últimos anos, aponta o deputado

O lançamento da Nova Indústria Brasil, política industrial que traça as diretrizes para o desenvolvimento do setor até 2033, é um avanço estratégico. A iniciativa, em sintonia com o que países desenvolvidos fazem, é de vital importância para o futuro do Brasil. O projeto retoma o papel do poder público como indutor do desenvolvimento da indústria, com o uso de linhas de crédito, incentivos e requisitos de conteúdo local para fomentar empresas nacionais.

O objetivo do governo federal é investir até R$ 300 bilhões em financiamentos destinados ao setor da indústria até 2026. É uma iniciativa robusta para impulsionar a reindustrialização do Brasil, fortalecendo sua posição como potência industrial global, e recuperar o lugar de destaque nas exportações de produtos industrializados.

Para Minas Gerais, ainda tendo o minério de ferro como principal item de exportação, é uma oportunidade única de modernizar sua indústria. Isso significa ter um mercado de trabalho com empregos qualificados, com inovação em ciência e tecnologia.

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O programa vai assegurar a reversão do processo de desindustrialização precoce e acentuado que há décadas tem prejudicado o país. O objetivo é retomar o parque industrial em novas bases contemporâneas: sustentáveis, digitais, inclusivas, lideradas por inovações tecnológicas e vocacionadas para o comércio exterior.

O país tem o gigantesco desafio de superar sua histórica vocação primário-exportadora, tendência acentuada nos últimos anos. Neoindustrialização significa garantir um salto no perfil socioeconômico brasileiro. Indústria significa mais empregos e mais arrecadação de impostos, ao contrário do setor primário.

Estabelece-se uma aliança entre o setor público e privado, com uma indústria inovadora e sustentável, à altura dos desafios em escala global, para que tenhamos uma economia verde num momento em que paira o espectro da ameaça do aquecimento global.

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O plano mostra o compromisso do governo com a indústria, setor essencial para o desenvolvimento de qualquer país. A nova política foi produzida ao longo do segundo semestre de 2023 pelos membros do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), que é composto por 20 ministérios, pelo BNDES e 21 entidades representativas da sociedade civil, do setor produtivo e dos trabalhadores.

O BNDES terá papel determinante para fomentar e viabilizar os investimentos a setores estratégicos, promovendo geração de empregos, inovação e competitividade, sempre na perspectiva de crescimento sustentável. Trata-se de um momento histórico, em que há transformações na economia mundial e deslocamento de cadeias produtivas.

O governo federal, ao dialogar com o setor privado e estabelecer parcerias, mostra que o papel do Estado é essencial à atividade econômica. Estados Unidos, China e União Europeia comprovam isso. Até os EUA, meca do capitalismo, subsidiam, promovem investimentos públicos para atrair empresas, inclusive estrangeiras. O governo, com base em nova relação Estado-mercado, vai reerguer a indústria nacional. Os bancos públicos terão papel crucial no processo.

Em um ano, o Brasil saiu da 12ª para a nona posição do ranking das maiores economias. Para impulsionar ainda mais o crescimento, a indústria será crucial, assegurando um país mais dinâmico, moderno e ecologicamente sustentável, menos desigual e mais justo. Estamos no rumo certo.

Reginaldo Lopes é deputado federal (PT-MG)

Artigo publicado originalmente no Jornal O Tempo

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