Efeito Lula: 13 milhões deixaram de passar fome no Brasil em 2023, diz pesquisa

Estudo do Instituto Fome Zero mostra ainda que 20 milhões de pessoas deixaram de sofrer de insegurança alimentar em 2023, uma redução de 30% do total (grave + moderada) no país

Roberta Aline (MDS)

13 milhões de pessoas deixaram de passar fome no Brasil e 20 milhões de pessoas deixaram de sofrer de insegurança alimentar moderada em 2023, aponta pesquisa

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Fome Zero (IFZ), encomendada pelo Ministério Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate a Fome, aponta que 13 milhões de pessoas deixaram de passar fome no Brasil e 20 milhões de pessoas deixaram de sofrer de insegurança alimentar moderada em 2023. O resultado, de acordo com o MDS, representa uma redução de 30% da insegurança alimentar total (grave + moderada) no país.

Quando se considera somente o grupo de pessoas com insegurança alimentar grave, a queda foi ainda maior de quase 40%: de 33 milhões de pessoas que passavam fome no primeiro trimestre de 2022, último ano do governo Bolsonaro, o número passou para 20 milhões no quarto trimestre de 2023.

“O governo federal está trabalhando para tirar o Brasil do Mapa da Fome mais uma vez”, reafirmou o presidente Lula, ao anunciar a boa notícia em postagem na rede social X (antigo Twitter).

O estudo estimou o impacto do aumento do salário mínimo e dos repasses do Programa Bolsa Família sobre a população brasileira no primeiro ano do governo Lula, comparando microdados da PNAD (esquisa Nacional de Amostragem Domiciliar) do primeiro trimestre de 2022 com os do último trimestre de 2023.

O resultado mostrou uma diminuição de 20 milhões de pessoas que sofriam de insegurança alimentar grave e/ou moderada e uma redução de 8 milhões no número de pessoas com insegurança alimentar grave em apenas um ano de governo Lula. Isso representa uma redução da insegurança alimentar no Brasil de 30%. O nível de insegurança alimentar grave voltou aos patamares de 2020, antes da pandemia.

“Embora ainda haja um longo caminho pela frente, o acerto das medidas de aumento do valor do salário mínimo e dos repasses do programa Bolsa Família, bem como a redução da inflação dos alimentos, demonstram que estamos no caminho certo para retirar novamente o Brasil do Mapa da Fome”, afirma José Graziano, diretor geral do IFZ.

Bolsa Família

Para o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate a Fome, Wellington Dias, a retomada do Programa Bolsa Família foi fundamental para que esses resultados fossem alcançados.

“O Bolsa Família não é só transferência de renda, é uma política de vida”, enfatizou. “Com o novo Bolsa Família, há o modelo de transferência de renda, mas levando em conta o tamanho da família e a sua composição, onde há crianças, o valor per capita é maior. Consequentemente, as pessoas estão conseguindo voltar a ter acesso ao alimento de qualidade”, completou.

A estimativa feita pelo IFZ, a partir de modelos matemáticos, procurou sanar a atual carência de informações existentes sobre os níveis atuais de insegurança alimentar e nutricional da população brasileira. Segundo o Instituto, uma nova aferição específica será possível através da aplicação da EBIA pelo IBGE em escala nacional numa das suas pesquisas regulares, o que deverá ocorrer ainda no primeiro semestre deste ano.

Ouça o Boletim da Rádio PT:

Compromisso

A retirada do Brasil do Mapa da Fome, como ocorreu em 2014, durante o governo Dilma Rousseff, é a maior prioridade do governo, como tem repetido o presidente Lula.

“Nós já acabamos com a fome uma vez no Brasil. Em 2014, a ONU anunciou que a fome tinha sido terminada no Brasil. Depois, a fome voltou por conta do descaso”, disse Lula, na segunda-feira (11), durante entrevista ao SBT Brasil.

Na ocasião, ele reafirmou que “o problema da falta de comida na mesa das pessoas não é nem a falta de produção no campo e nem a falta de vontade das pessoas de ter acesso ao alimento, é que falta recursos”.

“Nós temos no mundo hoje por volta de 735 milhões de seres humanos que vão dormir toda noite sem ter o que comer. Enquanto isso, o mundo produz alimento para todo mundo. O que precisa é ter dinheiro para as pessoas comprarem esse alimento. Na hora que tem dinheiro pra comprar, as pessoas vão produzir mais. Na hora que as pessoas produzirem mais, as pessoas vão comprar mais. Aí você cria um círculo virtuoso, e todo mundo vai comer”, acrescentou.

O combate à insegurança alimentar no mundo é uma prioridade de Lula também como presidente temporário do G20, grupo que reúne 19 das maiores economias do mundo mais a União Africana e a União Europeia. Uma das novidades da presidência brasileira foi o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, para a qual os países do grupo estão sendo convidados a participar.

Durante a entrevista, Lula voltou a criticar os países que preferem gastar bilhões de dólares em guerras e armas do que combater a fome e a pobreza.

“O mundo gastou, no ano passado, 2 trilhões, 220 bilhões de dólares em armamentos. Esse dinheiro poderia ser gasto, uma parte dele, para resolver o problema da pobreza no mundo. Não é só a comida. É que você, para acabar com a fome, você tem que gerar desenvolvimento. Desenvolvimento gera indústria. Indústria gera emprego. Emprego gera salário, que gera mais consumo e que gera um círculo virtuoso de desenvolvimento do Brasil. Nós vamos acabar com a fome outra vez no Brasil”, afirmou.

Da Redação, com MDS

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast